A Comissão de Trabalhadores da Páginas Amarelas defendeu hoje que a proposta da direcção da empresa para o despedimento colectivo de 70 trabalhadores é "inaceitável", ficando a decisão adiada para nova reunião, na terça feira.
"Esta proposta feita hoje (pela empresa) está em cima da mesa desde outubro e os trabalhadores já a tinham rejeitado. Por isso, é de prever que não concordem, porque é inaceitável", disse hoje à Lusa Helena Oliveira, da Comissão de Trabalhadores da Páginas Amarelas.
Segundo a porta-voz dos trabalhadores, a Páginas Amarelas, detida em 75 por cento pela Truvo e em 25 por cento pela Portugal Telecom, propõe pagar os ordenados até maio, tirar o complemento de reforma a quem tiver menos de 50 anos e for despedido e excluir os subsídios, que correspondem a cerca de 20 por cento dos salários, do cálculo para a compensação dos trabalhadores.
Os trabalhadores vão reunir-se em plenário na próxima segunda feira, do qual deverá sair uma decisão que será levada a uma quarta reunião com a direcção da Páginas Amarelas.
"A Páginas Amarelas propôs aos trabalhadores renunciarem a impugnar o despedimento e saírem da empresa a 31 de dezembro, prescindindo dos dois meses e meio que a empresa é obrigada a dar e, em contrapartida, paga mais três meses de ordenado. Dizem que são cinco, mas na prática são só três meses, porque se não aceitarmos têm que dar os dois meses e meio exigidos por lei", explicou à Lusa Helena Oliveira.
No final de uma reunião de três horas com a administração da empresa, a porta-voz dos trabalhadores, que integra o grupo de 70 trabalhadores que serão despedidos, realça que a discórdia se estende ao valor considerado no cálculo para a indemnização dos trabalhadores, uma vez que a empresa só considera o valor base, sem subsídios.
"Propusemos que inclua todos os subsídios que os trabalhadores têm no ordenado e que recebem todos os meses há muitos anos, que representam cerca de 20 por cento da remuneração", disse, acrescentando que esta proposta foi rejeitada.
Na reunião, os trabalhadores propuseram também que sejam pagos 1,5 salários por ano de casa, em vez dos 1,2 propostos pela empresa, que "também não foi aceite".
O desentendimento agrava-se em relação ao complemento de reforma, que "os trabalhadores têm capitalizado em seu nome, mas a que, segundo a apólice de seguros, só têm direito se saírem da empresa com 50 anos ou mais".
"Das 70 pessoas abrangidas pelo despedimento colectivo, apenas 15 têm mais de 50 anos. As pessoas não têm culpa de saírem da empresa com menos de 50 anos", reclamou Helena Oliveira, funcionária da Páginas Amarelas há 28 anos, defendendo que "seja feita uma apólice de forma e que o valor seja resgatado para os trabalhadores quando atingirem os 50 anos, mesmo já não estando na empresa".
Helena Oliveira considera que "este valor -- que em alguns casos chega aos 30 mil euros -- vai reverter para as empresas e vai servir para pagar as indemnizações".
http://sic.sapo.pt/online/noticias/dinheiro/Trabalhadores+da+Paginas+Amarelas+diz+que+proposta+para+despedimento+e+inaceitavel.htm
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