Estudantes da Universidade de Coimbra manifestam-se na quarta-feira em Lisboa, desfilando entre o Marquês de Pombal e a Assembleia da República (AR), onde esperam ser recebidos pelo presidente deste órgão e representantes dos grupos parlamentares.
Ao protesto, fundamentalmente contra os "cortes nas bolsas de estudo", deverão aderir alunos de "diversos estabelecimentos", designadamente das Universidades de Lisboa, Porto e Minho, cujas associações de estudantes já manifestaram apoio a esta ação, disse hoje, em conferência de imprensa, o presidente da Associação Académica de Coimbra (AAC), Miguel Portugal.
Embora ainda não tivesse resposta do presidente da AR, o dirigente da AAC acredita que Jaime Gama não deixará de "receber os estudantes", para lhe darem conta das razões da manifestação e lhe entregarem um "caderno reivindicativo".
Idênticas são as razões que fizeram com que a direção da AAC solicitasse encontros com os diferentes grupos parlamentares, três dos quais (PSD, CDS-PP e Os Verdes) confirmaram, ao final da tarde de hoje, a sua disponibilidade em receber os dirigentes associativos, disse Miguel Portugal.
É muito provável, no entanto, que os restantes partidos com assento na AR (PS, BE e PCP) também se encontrem na quarta-feira com os estudantes, acredita o presidente da AAC, sublinhando que "as respostas dos grupos parlamentares só começaram a chegar agora" e ainda "é cedo".
No caderno reivindicativo, os estudantes exigem, entre outros aspetos, a "revogação do decreto-lei 70/2010, que altera de forma extremamente prejudicial o cálculo da capitação do agregado familiar", em função da qual são atribuídas as bolsas de estudo.
Devem ser considerados "os rendimentos líquidos e não os ilíquidos na fórmula de capitação", sustentam os estudantes de Coimbra no mesmo caderno, que exige, por outro lado, a "redução imediata da propina".
"O atual contexto de necessidade de maior proteção social" impõe, na perspetiva da academia de Coimbra, a redução do montante das propinas, pois - argumenta - o seu valor "continua a ser, e cada vez mais, um dos principais entraves no acesso ao ensino superior".
Os participantes na manifestação de quarta-feira concentram-se na Universidade de Coimbra, no Largo D. Dinis, de onde, às 10h00, devem partir para Lisboa "entre 60 e 70 autocarros", prevê Miguel Portugal.
Além dos "cerca de 3500 estudantes de Coimbra", a manifestação deverá contar com mais "alguns milhares" de estudantes de Lisboa e de outros estabelecimentos de ensino superior de diferentes pontos do país, diz o presidente da AAC, acreditando que esta será "a maior manifestação de estudantes dos últimos anos".
A concentração dos manifestantes em Lisboa está marcada para as 15h00, na Praça Marquês de Pombal, de onde seguirá, pelos Largos do Rato e da Estrela, para a Assembleia da República.
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