Praticamente dois em cada 10 trabalhadores portugueses têm medo de perder o emprego nos próximos seis meses. Este receio vem expresso no quinto Inquérito às condições de trabalho na UE-27, cujos resultados preliminares foram ontem divulgados.
Os portugueses não são os únicos que temem esta situação, mas o número é mais elevado do que na média da União: 18,1% contra 16%. Mais pessimistas do que Portugal, só Irlanda, Espanha e Grécia.
Em média, 25,6% dos irlandeses, 24,5% dos espanhóis e 19,4% dos gregos teme ficar sem trabalho nos próximos seis meses. Nesta matéria, os alemães e os franceses são os mais optimistas.
O inquérito mostra também que os portugueses são dos que têm um horário mais estável, tendo 72,7% referido que trabalha todos os dias o mesmo número de horas. Esta situação só é válida para 49,7% dos alemães ou 45,6% dos suecos.
Isto não significa, todavia, trabalhar menos horas. Pelo contrário: cerca de um quarto dos portugueses afirma trabalhar mais de 40 horas por semana, realidade que afecta apenas 16,3% dos franceses ou 19% dos suecos. Na Alemanha, 20% têm um horário semanal de mais de 40 horas, contra 22,1% dos espanhóis e a quase metade (45,6%) dos gregos.
Portugal com menos baixas
Portugal com menos baixas
Outro dos dados revelados por este inquérito mostra que os portugueses foram dos europeus que menos meteram baixa por doença no último ano: 73,6% não esteve de baixa um único dia. Com a mesma resposta contam-se 69,4% dos espanhóis, 38,1% dos alemães ou 61,3% dos irlandeses. O contrato sem termo mantém-se como o vínculo laboral dominante na UE-27, onde a média ronda os 80% - acima dos 70,6% de Portugal ou dos 67,3% de Espanha.
Ontem também a Organização Internacional do Trabalho divulgou um relatório onde conclui que apesar do papel crítico que a Segurança Social desempenha na redução do impacto social das crises económicas, apenas 20% da população activa mundial tem acesso efectivo a sistemas sociais de protecção.
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