Nem durante a recessão mundial os portugueses estiveram tão pessimistas como hoje, em relação ao seu futuro e ao do país. O índice de expectativas económicas da Marktest caiu para o valor mais baixo desde que há registo, fruto do anúncio do terceiro pacote de austeridade.
Os dados de confiança do Instituto Nacional de Estatística (INE) deram o mesmo sinal. Um mês depois de ser conhecido o terceiro pacote de medidas difíceis, a confiança das famílias portuguesas caiu para o valor mais baixo desde Fevereiro do ano passado, em plena recessão mundial.
A sondagem da Marktest para o Diário Económico e a TSF enfatizou o choque das novas medidas de consolidação das contas públicas. Em Outubro, o índice de expectativas caiu para o pior valor desde que há registos. Atingiu uma média de 14,45 pontos (significa pessimismo acentuado nas famílias), quando o valor mais baixo até aqui não tinha ido abaixo dos 24 pontos. Mais: O índice - que mede as perspectivas das famílias nacionais face à sua situação e do país no ano seguinte - estava em recuperação desde Junho, o que mostra o impacto que as novas medidas de austeridade tiveram na confiança dos portugueses.
"É natural que a deterioração mais recente da confiança dos consumidores [medida pelo INE] seja parcialmente explicada pelas medidas de austeridade", avança João Loureiro, economista e professor da Universidade do Porto, porque "a situação financeira das famílias e a conjuntura económica são factores determinantes na evolução desse índice de confiança" e "estes dois indicadores serão directamente penalizados pelas medidas anunciadas no âmbito do OE para 2011".
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