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11/03/2010

Greve geral contra medidas neoliberais paralisa Grécia

Os trabalhadores gregos voltaram a paralisar nesta quinta-feira (11) o trabalho pela segunda vez em duas semanas, em protesto contra as medidas tomadas pelo governo, que praticamente colocam no colo dos trabalhadores a conta a pagar pelo déficit governamental.

Hospitais, escolas, transportes aéreos, terrestres e marítimos não funcionam desde a meia noite desta quinta-feira. Para salvar a economia grega da falência, o primeiro-ministro grego anunciou o congelamento das aposentadorias, cortes nos salários e aumento de impostos contra os trabalhadores.

O porta-voz do sindicato GSEE, Starhis Anestis, justificou a greve por considerar que as medidas "são injustas, exigem sacrifícios aos trabalhadores que não estão a ser pedidos aos patrões, homens de negócios e banqueiros que criaram esta crise".

Milhares de pessoas foram às ruas das principais cidades do país para participar dos protestos. A repressão não tardou e a polícia grega atirou lançou gás lacrimogeneo contra uma manifestação de mais de 10 mil pessoas, nas ruas de Atenas.

Solidariedade brasileira

A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), por meio de sua Secretaria de Relações Internacionais, manifestou na última segunda-feira (8) sua total contrariedade ao recente pacote econômico lançado pelo governo da Grécia, ao mesmo tempo em que reforçou sua solidariedade aos trabalhadores e trabalhadoras do país, reunidos em torno da Frente Militante de Todos os Trabalhadores (PAME) e da Confederação de Trabalhadores da Grécia.

Afetada pela crise mundial do capitalismo, a Grécia acumula uma dívida pública que se aproxima de 113% do PIB e um déficit (de 12,7% em 2010) quatro vezes superior ao estreito limite (3%) estipulado pela União Europeia.

Com os bancos europeus e os grandes investidores receosos de continuar emprestando dinheiro, taxas de juros em alta e dúvidas crescentes sobre a capacidade de pagar ou refinanciar os débitos, o país está a um passo de uma moratória.

O novo pacote do governo Papandreou inclui expressivos cortes salariais no setor público, o aumento de 2% do Imposto sobre o Valor Agregado (IVA) e elevação dos tributos incidentes sobre o cigarro, álcool, combustíveis e outros produtos.

O propósito declarado pelo governo é reduzir o gasto público em 4,8 bilhões de euros (6,5 bilhões de dólares) para garantir o pagamento da dívida externa, evitando a moratória.

Trata-se do segundo pacote voltado basicamente contra a classe trabalhadora. No primeiro deles, além de o governo grego ter determinado o corte de salários de milhares de funcionários públicos e o fim do pagamento de diversos bônus, ainda aumentou para 63 anos a idade mínima no país para o direito à aposentadoria.

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=9&id_noticia=125641

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