Seis em cada dez famílias sentiram dificuldade em seguir tratamentos médicos devido a problemas financeiros durante o ano passado, revela um inquérito da Deco-Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor a 1639 famílias portuguesas.
Quase metade daqueles agregados foi obrigado a adiar uma terapia, um quinto interrompeu-a e outros tantos nem ponderaram iniciá-la, por impossibilidade de pagar. Nas últimas condições estão 650 mil famílias (cerca de 40 por cento dos inquiridos), segundo estimativas da associação divulgados na revista Teste Saúde.
Os lares com baixos rendimentos, os que incluem apenas um adulto e crianças menores e os que integram doentes crónicos são os que manifestam mais problemas em suportar os custos.
Um quinto já se endividou para despesas de saúde e 15 por cento fizeram-no no último ano. Cada agregado pediu, em média, 1100 euros, sobretudo, a familiares. Quatro em cada dez revelaram muitas dificuldades em liquidar a dívida.
Grande parte dos créditos destinou-se a serviços de saúde privados, muitos deles, também existentes no Serviço Nacional de Saúde. Mas as longas listas de espera determinaram a decisão pelo privado, conclui a Teste Saúde.
O estudo mostra ainda que sete em cada dez famílias gastam uma média de 1700 euros por ano do seu bolso em saúde, o que representa, em média, cerca de um quinto do rendimento anual líquido.
A maior fatia das despesas é absorvida pelos cuidados dentários e oftalmológicos, com gastos médios anuais de 550 euros e 465 euros, respectivamente.
A Decopede respostas adequadas do Serviço Nacional de Saúde, pelos seus meios ou através de convenções, e a atenção especial do Estado aos grupos mais vulneráveis, como as famílias de baixos rendimentos, monoparentais e com crianças, e as que incluem doentes crónicos.
http://www.publico.clix.pt/Sociedade/seis-em-cada-dez-familias-com-dificuldade-em-pagar-saude_1419735
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