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24/01/2010

Mais famílias carenciadas em 2009

Sara Felizardo

O número de famílias necessitadas a solicitar apoio junto de instituições aumentou significativamente em 2009. Face aos crescentes pedidos de ajuda, o «Banco Alimentar Contra a Fome teve que reforçar a quantidade de bens distribuídos, procurando mais doações»

O Centro Comunitário de Carcavelos distribui os alimentos enviados pelo Banco Alimentar, sob a forma de cabazes, a 60 famílias – um número que tem vindo a aumentar.

«Ao nosso Centro chegam cada vez mais pessoas que ficaram recentemente desempregadas, imigrantes e famílias monoparentais com graves carências», explica Zulmira Pechirra, umas das responsáveis pela área da acção social do Centro Comunitário de Carcavelos.

É o caso de Maria, 22 anos, que veio da Guiné para estudar, mas viu a sua vida complicar-se quando engravidou. O sonho de entrar para a universidade teve de ser adiado e hoje vive para sustentar o filho. Contudo, os 400 euros que recebe por mês não chegam para pagar a renda da casa e comprar comida.

A jovem mãe diz mesmo que a ajuda do Banco Alimentar (leite, papas, fruta, arroz e massa) «é preciosa para sobreviver».

No entanto, as pessoas que recorrem às instituições de solidariedade social a pedir bens alimentares continuam a ser, na sua maioria, desempregados e idosos com baixas pensões ou «famílias que tinham dois empregos e perderam um deles», esclarece Isabel Jonet.

José Barros, 57 anos, não tem um emprego fixo há dez anos. Com duas filhas para sustentar, uma com oito e outra com 12 anos, e com um rendimento mínimo de 165 euros mensais, José viu-se obrigado a pedir ajuda para alimentar a família.

Há mais de cinco anos que todos os meses recebe cerca de três quilos de arroz e massa, bolachas e leite, bens que são enviados pelo Banco Alimentar para a Junta de Freguesia da sua área de residência, em Odivelas.

«A comida que nos chega do Banco Alimentar é uma grande ajuda, mas não chega para o mês inteiro», conta o pai de família, acrescentando: «Acabo sempre por ter que ir ao supermercado, nem que seja para comprar carne, peixe e outros produtos frescos para as minhas filhas».

Apoio a 267 mil pessoas

O Banco Alimentar Contra a Fome não faz distribuição directa de bens às pessoas carenciadas, mas sim às instituições, grupos ou comunidades que as acompanham e ajudam a superar as suas necessidades.

Actualmente, existem em todo o país 17 delegações do Banco Alimentar Contra a Fome que auxiliam uma rede de 1630 instituições, fazendo chegar os mais diversos alimentos a 267 mil pessoas. Para abastecer as comunidades locais, os bancos alimentares realizam anualmente duas campanhas para angariação de alimentos, têm protocolos com empresas que doam excedentes alimentares e procuram regularmente novos donativos.

http://sol.sapo.pt/Solidariedade/Noticias/Interior.aspx?content_id=158767

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