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01/12/2009

Lear anuncia encerramento de fábrica de cablagens de Valongo em Abril

A administração da Lear Corporation Portugal anunciou hoje o encerramento em Abril do próximo ano da sua fábrica de cablagens automóveis em Valongo, com perto de 600 trabalhadores, mas assegurou que irá manter a unidade de Palmela.

Em comunicado, a empresa justifica o encerramento - que já foi comunicado aos perto de 600 trabalhadores - com a "reestruturação da sua actividade a nível internacional", na sequência da "enorme pressão concorrencial em matéria de custos".

"Esta decisão faz parte de um processo similar ao de tantas outras empresas de cablagens que já abandonaram Portugal, sendo a Lear Corporation uma das últimas deste sector ainda presentes em território português", sustenta, indicando que o encerramento da unidade de Valongo ocorre "após o final do prazo do contrato estabelecido entre a empresa e o Estado português", que termina no final deste ano.

O processo de consulta e negociação com os representantes dos trabalhadores já foi, de acordo com a administração da Lear, iniciado, pretendendo-se chegar "a um acordo" com todos os funcionários "quanto às condições de encerramento". A saída dos trabalhadores terá início já em Dezembro e será feita gradualmente até Abril de 2007.

Ângelo Pereira, do Sindicato Nacional da Indústria e da Energia (Sindel), disse estar em causa a continuação do processo de deslocalização da produção da Lear para a Polónia, já iniciado há algum tempo. Segundo o dirigente sindical, amanhã de manhã os representantes dos trabalhadores reúnem-se com a administração da empresa para estudar as condições de saída dos funcionários.

Em meados deste ano, a administração da Lear acordou rescisões com 280 trabalhadores e iniciou o despedimento colectivo dos cerca de 50 funcionários com quem não chegou a acordo, justificando a medida a diminuição de encomendas do seu único cliente, a Jaguar.

Os trabalhadores que aceitaram a rescisão amigável receberam uma indemnização de 1,85 salários por cada ano de trabalho, mais diuturnidades, enquanto os objectos de despedimento ficaram com um ordenado por cada ano de antiguidade, conforme previsto na lei.

No final deste processo de despedimento, a multinacional Lear reduziu de cerca de 880 para 589 o seu quadro de trabalhadores.

Instalada em Valongo há 18 anos, a multinacional Lear Corporation chegou já a empregar perto de 3000 pessoas.

A Lear já encerrou a unidade de cablagens que possuía na Póvoa de Lanhoso, mantendo ainda em Portugal uma fábrica de produção de estofos automóveis em Palmela.

De acordo com a empresa, apesar de a produção desta unidade fabril estar também ligada ao sector automóvel, o facto de produzir outro tipo de componentes "onde a proximidade do cliente é um factor preponderante" justifica a sua manutenção.

Público.pt - 01.12.09

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