Ontem, no Teatro São Luiz (Lisboa), representantes dos artistas aprovaram um documento de objectivos para sector em crise.
Depois da sessão plenária no Teatro Maria Matos, e da reunião com a ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, em Julho passado, a Plataforma das Artes reuniu-se ontem para aprovar uma declaração de objectivos para o sector cultural. No Teatro São Luiz (Lisboa), num plenário muito participado, a Plataforma das Artes procurou dar os primeiros passos naquilo que espera ser "uma declaração de futuro" para a organização.
Aprovado por unanimidade, o comunicado da Plataforma das Artes refere a "irrelevância" do Ministério da Cultura no actual Governo, manifestando a "rejeição" do corte de 23% nos apoios às artes através da Direcção Geral das Artes (DGA). Segundo a Plataforma, "o Ministério da Cultura não realizou esforços suficientes para minimizar os cortes" e o novo Orçamento de Estado "esvazia" o Ministério da sua função.
No documento de oito pontos ontem aprovado, a Plataforma declara que os cortes são "ineficazes" para a redução do défice e "comprometem o já fragilizado tecido cultural português". No último ponto do documento, a Plataforma das Artes "compromete-se com um papel activo de reflexão e acção em comunidade", para além do papel "reactivo" que desempenhou até agora, reunindo-se como reflexo de medidas ministeriais.
Se o comunicado reuniu uma aceitação unânime no plenário de ontem, então a questão da adesão à greve geral do próximo dia 24 foi causa de maior divergência. Ainda assim, os participantes na reunião aprovaram com uma maioria significativa o apoio da Plataforma ao esforço da greve. A organização preferiu, no entanto, abster-se de se declarar expressamente a favor da greve, dizendo-se apenas "solidária" com o protesto.
Ada Pereira da Silva, Aldara Bizarro, Gonçalo Pena, Luís Urbano, Margarida Gil, Marta Furtado, Rui Horta e Tiago Rodrigues representaram a Associação Portuguesa de Realizadores, as plataformas de Artes Visuais, Cinema e Teatro, a PLATEIA - Associação de Profissionais das Artes Cénicas e a REDE - Associação de Estruturas para a Dança Contemporânea.
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