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02/12/2009

Taxa de desemprego é a 5.ª mais alta da UE

Desde que há registo do desemprego em Portugal, nunca houve tantos desempregados como no passado mês de Outubro. O Eurostat publicou ontem as estatísticas e Portugal é o 5.º da UE, com 10,2% de desempregados.

São 450 pessoas que, diariamente, integram os números dos centros de emprego do nosso país. E, além dessas, há as "não-oficiais": os que não procuraram emprego no último mês, os desmotivados, os que, pela idade, nem têm direito à reforma, nem ao subsídio de desemprego. Estima-se que sejam 85 mil.

Desempregados são mais as mulheres do que os homens: segundo o Eurostat, o desemprego entre os homens, em Portugal, no passado mês de Outubro, foi de 9,6%. Nas mulheres, 10,9% estão sem trabalho.

E os jovens, esses, batem todos os recordes. Abaixo dos 25 anos, a taxa de desemprego na UE foi de 20,6%. Portugal fica ligeiramente abaixo desse valor, enquanto a Espanha regista o pior: 42,9%.

"Estes números não me surpreendem, pois já em Fevereiro tinha dito, ao JN, que o desemprego chegaria aos 10% em Dezembro", recorda Luís Bento, professor da Universidade Autónoma e consultor de Gestão. "Penso que o desemprego ainda vai agravar-se, pelo menos até ao final do primeiro trimestre de 2010, podendo atingir os 10,8 ou 11%, altura em que a crise estabilizará", vaticinou.

O economista Eugénio Rosa concorda com o cenário de agravamento e alerta que "não é com a continuação das políticas que temos tido que a situação vai inverter-se" ou resolver-se de forma sustentável. "O nosso crescimento sempre se baseou nas exportações, em desprezo pelo mercado interno, até porque é pequeno. Mas isso conduziu à desindustrialização do país e agora é hora de olharmos para o mercado interno, em vez de o deixarmos entregue às empresas estrangeiras, e dependermos um pouco menos das exportações", aconselhou

Luís Bento focou ainda o problema dos casais desempregados. Poderá haver cerca de 200 a 300 mil agregados familiares nessas circunstâncias, especialmente na região Norte, onde se concentram empresas tradicionais em que o emprego é feito dentro da mesma família, o que "impõe a urgência de o Governo apoiar estas famílias, antes mesmo de pensar em alargar o subsídio de desemprego".

J.N. - 02.12.09

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