A CGTP-IN exigiu hoje "medidas extraordinárias" de combate ao desemprego, que atingiu 10,2 por cento em Outubro, nomeadamente uma alteração legislativa que permita o acesso de todos os trabalhadores ao subsídio de desemprego.
Segundo os dados do Gabinete de Estatística da União Europeia (Eurostat), publicados hoje, a taxa de desemprego em Portugal atingiu 10,2 por cento em Outubro, um aumento de um ponto percentual em relação à taxa de 9,2 por cento, em Setembro, mas um crescimento de 0,1 pontos percentuais em relação à taxa de 10,1 por cento fixada depois de revistos os números.
"Justifica um conjunto de medidas extraordinárias do Governo, desde logo aquela que é prioritária, a alteração da lei, de forma a possibilitar que todos os trabalhadores desempregados tenham acesso ao subsídio de desemprego", afirmou à Lusa Arménio Carlos, da comissão executiva da CGTP.
O dirigente da maior central sindical portuguesa exigiu também uma avaliação das "medidas que foram anunciadas [pelo Governo] e acabaram por não ter resultado no combate ao desemprego".
"Estes números confirmam o falhanço das medidas anunciadas pelo Governo para combater o desemprego. É evidente que uma boa parte delas está muito longe de atingir os níveis de execução que se justificavam", defendeu.
"Estes números do Eurostat desmentem a tese, que o Governo manteve durante muito tempo, de que o desemprego tinha estagnado. Estes dados acabam por renovar um outro factor, que é o facto de não coincidir com os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional, divulgados recentemente", sublinhou.
Independentemente dos critérios, a central sindical considera os números do Eurostat "muito mais rigorosos" do que os dados divulgados pelo IEFP.
Arménio Carlos recordou que a CGTP desde o Verão que considerava que "o desemprego real em Portugal atingia os dois dígitos".
Para o dirigente sindical, este nível de desemprego "não resulta apenas da crise, tem que ver com questões de ordem estrutural", como a "destruição do emprego na indústria" e a "precariedade" do trabalho.
"Parece-nos também que há, neste quadro, um aproveitamento oportunista de muitas entidades patronais, que aproveitam esta situação para promover despedimentos colectivos, pressionar os trabalhadores a promover rescisões por muito acordo, não pagar os salários atempadamente", acusou.
A CGTP insiste na "alteração do modelo de desenvolvimento do país" que, afirmou, está "baseado em baixos salários, trabalho desqualificado e precário".
D.N. - 01.12.09
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