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25/09/2009

Sindicato dos funcionários consulares: "Greve serve de aviso para próximo Governo"

"Esta greve marcou uma posição, é um aviso para o próximo Governo e é mais um momento de luta", disse à Agência Lusa Jorge Veludo, secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas (STCDE), que aponta para uma média de 65 a 70 por cento de adesão em todo o mundo.

"Tendo sido marcada a curto prazo e em período eleitoral, a greve foi boa porque mostrou claramente que nós estamos indignados e insatisfeitos", disse o sindicalista, referindo-se a "problemas estruturais e de gestão".

Nova Deli (Índia), Bordéus, Toulouse, Marselha e Clermont-Ferrand (França), Luxemburgo, secção consular de Haia (Holanda), cinco dos seis postos na Alemanha, Zurique, Berna e Sion (Suíça), Madrid, Sevilha, Leon e Orense (Espanha) e Cabo Verde são alguns dos consulados que hoje se encontraramm encerrados, de acordo com informação do STCDE.

O Sindicato chegou a avançar que o Consulado de Londres também esteve encerrado, mas, segundo o cônsul, dois funcionários foram trabalhar e as instalações estiveram abertas.

Jorge Veludo deu ainda conta de vários consulados, como Macau, Lyon ou Hamburgo, que trabalharam apenas com um funcionário.

No megaconsulado de Paris, compareceram apenas um terço dos funcionários, o mesmo acontecendo com a representação portuguesa na REPER (Bélgica), enquanto a adesão em países como a Irlanda, Croácia ou Israel se situou nos 50 por cento.

Jorge Veludo destacou ainda "uma forte adesão" à greve nos centros culturais do Instituto Camões em Brasília, Nova Deli, Maputo e Beira.

No continente americano, foram encerrados os consulados de Toronto, a secção consular de Otava (no Canadá), a secção consular de Washington, Boston, Providence, Newark, São Francisco (nos Estados Unidos), Recife (no Brasil) e Valência (na Venezuela), segundo o sindicato.

O consulado em Montreal, no Canadá, observou 100 por cento de adesão à greve, mas o próprio cônsul, Júlio Vilela, atendeu ao público.

Segundo a fonte sindical, a adesão a greve foi de 90 por cento dos funcionários consulares em Brasília, 96 por cento em Washington e 94 por cento em Toronto.

Os trabalhadores dos consulados cumpriram hoje um dia de greve em protesto pela alegada falta de respostas do Governo em matérias salarial e do estatuto profissional, naquela que é a segunda paralisação em três meses.

Em causa estão, segundo o STCDE, atrasos nas actualizações salariais de 2009, a revisão do estatuto profissional, a avaliação dos funcionários e a formação Profissional.

Os funcionários queixam-se também de não terem recebido os pagamentos pela participação nas mesas para as eleições europeias de Junho.

O quadro de pessoal dos serviços externos do MNE tem cerca de 1.600 trabalhadores de embaixadas, missões diplomáticas, residências oficiais e consulados em todo o mundo.

O Governo remeteu para mais tarde a divulgação de dados sobre a greve dos funcionários consulares.

Destak.pt - 24.09.09

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