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25/09/2009

Admissão prometida de 200 trabalhadores por concretizar: Mineiros de Aljustrel saem do Ministério da Economia “sem respostas concretas”

Uma delegação de cinco trabalhadores da Pirites Alentejanas (PA), que hoje se deslocou ao Ministério da Economia, em Lisboa, saiu “sem respostas concretas” sobre a retoma da extracção na mina de Aljustrel, bem como a admissão prometida de 200 trabalhadores.

“É um problema que se arrasta desde o final de 2008 que se prende com a retoma da actividade mineira em Aljustrel, que continua suspensa”, declarou Jacinto Anacleto, coordenador do Sindicato dos Mineiros de Aljustrel.

Após uma hora de reunião com elementos do gabinete do actual ministro da Economia, Teixeira dos Santos, Jacinto Anacleto diz ter saído “sem respostas, uma vez que as promessas feitas pelo então ministro da Economia Manuel Pinho e pelo primeiro-ministro, José Sócrates, segundo as quais iria ser retomada a actividade no início de 2009 não foram cumpridas”.

“A admissão de trabalhadores pelo então ministro Manuel Pinho também não se verifica; no final de 2008 tínhamos cerca de 900 trabalhadores e agora estamos apenas com 140 e a região onde está inserida a PA é uma zona bastante carenciada em emprego e carece de uma resolução rápida para o problema que se vive em Aljustrel”, referiu ainda o coordenador do Sindicato.

Questionado sobre que tipo de respostas obtiveram neste encontro, Jacinto Anacleto disse que “não há uma resposta sobre a retoma da actividade, não há uma resposta para a admissão de trabalhadores, não há uma resposta sobre em que termos e em que condições foi feito o negócio entre o Estado português e a empresa concessionária”.

Produção suspensa

“Digamos que saímos como entrámos, sem respostas concretas para os nossos problemas” reiterou.

Actualmente, a produção nas minas de Aljustrel está suspensa, estando apenas a decorrer trabalhos preparatórios, referiu ainda Jacinto Anacleto, acrescentando que, “segundo a administração, tudo está a correr segundo o planeado”.

José Sócrates terá prometido a retoma da actividade para o início de 2009, Manuel Pinho indicara como data de retoma o final do terceiro trimestre e a PA o final do primeiro semestre.

No final da audiência, dois elementos da PSP abordaram os cinco representantes da Comissão de Trabalhadores para identificá-los, argumentando tratar-se de uma manifestação.

A questão foi desmentida pelos cinco trabalhadores, bem como pelos jornalistas no local, que disseram tratar-se apenas de uma reunião com representantes do Ministério da Economia, mas os agentes insistiram na necessidade de identificar todos eles, pois “tinham informações de que se tratava de uma manifestação”.

De seguida, um dos agentes pediu ao dirigente sindical Manuel Bravo, que integrava a delegação, que se afastasse dos restantes para ser identificado.
Público.pt - 25.09.09

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