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23/09/2009

Sindicato acusa Tyco de recorrer a empresas de trabalho temporário para recrutar trabalhadores despedidos

O Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas (SIESI) denunciou hoje que a fábrica de Évora da multinacional norte-americana Tyco Electronics está a recorrer a empresas de trabalho temporário para fazer regressar trabalhadores despedidos em Agosto.

Os trabalhadores "foram empurrados para uma situação que os levaria a regressar à empresa, contratados por empresas de trabalho temporário", acusou Rogério Silva, dirigente do SIESI, em declarações à agência Lusa.

Em Maio deste ano, a multinacional norte-americana Tyco Electronics, que produz relés para o sector automóvel, confirmou a existência de um processo de despedimento colectivo na fábrica de Évora, que envolvia 110 trabalhadores.

Na altura, a empresa explicou que os níveis de encomendas, 50 por cento inferiores aos do ano passado, não permitiam assegurar a manutenção de todos os postos de trabalho e obrigavam a iniciar o despedimento colectivo de 110 trabalhadores.

Hoje, quatro meses depois, o sindicalista afirma trata-se de "uma situação vergonhosa e escandalosa, que põe em causa a dignidade de trabalhadores que deram uma vida à empresa".

"São trabalhadores com 32 anos de antiguidade e que foram aliciados a regressar à empresa em condições precárias, com uma supressão de direitos contratuais que são aplicados a outros trabalhadores e com uma remuneração consideravelmente abaixo da praticada no âmbito da contratação colectiva", disse Rogério Silva.

O dirigente sindical atribuiu as responsabilidades ao Governo, "porque não teve a devida atenção com uma multinacional que celebrou um contrato com o Estado Português que ronda os 23 milhões de euros".

"Também não enjeitamos responsabilidades à Câmara de Évora, que também isentou a empresa do pagamento de derrama, e que, nos últimos tempos, tem afirmado, na pessoa do senhor presidente, que não iria haver despedimento naquela empresa", acrescentou.

Por outro lado, Rogério Silva afirmou que o processo de despedimento colectivo, anunciado em Maio e concretizado em Agosto deste ano, foi "uma trapalhada completa", por considerar que, "no momento em que ocorreu não se justificava".

"Serviu apenas para, de forma selectiva, afastar trabalhadores da empresa", acusou.

Contactada hoje pela Lusa, a administração da fábrica de Évora da Tyco Electronics escusou-se a prestar quaisquer informações sobre o assunto.

D.N. - 23.09.09

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