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18/09/2010

Rescisões na "TV Guia" e no "Correio da Manhã"

Pelo menos 13 trabalhadores do "Correio da Manhã" e da "TV Guia", pertencentes ao grupo Cofina, foram contactados pelos respectivos meios para rescindirem os contratos de trabalho.

No caso do "Correio da Manhã", os jornalistas já contactados são do sexo feminino e quatro têm idade igual ou superior a 40 anos. "Estamos a acompanhar esse aspecto e a possibilidade de haver discriminação por essa via", revelou fonte do Sindicato dos Jornalistas (SJ).

As dificuldades do mercado e a falta de perfil adequado terão sido os argumentos utilizados, de acordo com a estrutura sindical; que considera a medida um "despedimento selectivo, arbitrário e ilegal".

Segundo a mesma fonte, até ontem, a rescisão foi proposta a seis jornalistas do diário e a sete trabalhadores da revista semanal, três dos quais jornalistas.

"Se o argumento é a falta de perfil, onde é que está o perfil definido. E onde é que estão as avaliações que ditam se as pessoas têm ou não o perfil adequando", questiona o representante do SJ.

Em comunicado, este organismo relata que "os profissionais foram chamados aos respectivos directores, que os confrontaram com (...) mais um emagrecimento dos quadros redactoriais mas sem justificar os critérios de selecção dos trabalhadores abrangidos".

"Procedimento escandaloso"

No mesmo documento, sublinha-se ainda que "o procedimento adoptado e o novo emagrecimento pretendido são ainda mais escandalosos numa empresa líder de mercado".

Segundo os dados mais recentes da Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragens e Circulação (APCT), a média de vendas diária do "Correio da Manhã", no primeiro semestre do ano, foi de 122 mil exemplares, e a TV Guia vendeu 71 mil exemplares por semana.

A Cofina não se pronuncia sobre a acusação do SJ, adiantando porém que "mantém uma actividade contínua de recrutamento e dispensa de recursos humanos", na sua gestão e na "sua permanente resposta às necessidades do mercado".

Recorde-se que em Abril de 2009, o grupo de média abriu um processo de despedimento colectivo que atingiu uma dezena de trabalhadores do "Correio da Manhã".

O que foi considerado um "despedimento selectivo", pois, segundo depoimentos recolhidos na altura pelo JN junto da redacção atingiam profissionais a quem já tinha sido proposta a rescisão amigável.

Dois anos antes, a empresa de Paulo Fernandes tinha recorrido ao mesmo procedimento no diário desportivo "Record".

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Media/Interior.aspx?content_id=1664999

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