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16/09/2010

78% dos portugueses considera ter sido afectado pela crise

Os europeus avaliam positivamente a integração na União Europeia, mas não gostam do euro. Os portugueses, que estão entre os que se dizem mais afectados pela recessão económica, não são excepção.

Os europeus avaliam positivamente a integração na União Europeia, acham que o projecto deve ser levado mais longe na procura de soluções para a actual crise, mas não gostam do euro. Os portugueses, que estão entre os que se dizem mais afectados pela recessão económica, não são excepção.


Estas são algumas das conclusões do Transatlantic Trends 2010, um estudo de opinião que há nove anos é realizado por iniciativa do German Marshall Fund dos EUA para tomar o pulso às relações transatlânticas e que, neste ano, no calor da crise económica e da dívida pública europeias que levou à intervenção internacional na Grécia, dedicou um capítulo à integração europeia e ao euro.

Segundo os seus resultados, hoje divulgados, 57% dos europeus considera que as actuais dificuldades económicas deveriam conduzir ao compromisso de criar uma União Europeia "mais forte", sendo que, entre os portugueses, a percentagem de respostas positivas sobe para 70%. Só Itália (76%) quer mais Europa que Portugal no combate à crise e, sem surpresa, só no Reino Unido a opinião maioritária (63%) é a de que a actual conjuntura recomenda que "cada Estado-membro deve cuidar de si próprio".

Mas, curiosamente, quando a pergunta se dirige concretamente ao euro - o mais ambicioso projecto de integração levado a cabo no quadro da UE - as respostas são maioritariamente desfavoráveis. 55% dos europeus acha que a moeda europeia foi uma coisa "má" para a economia do respectivo país, com as percentagens a subirem para 60% no caso da França e de 53% no da Alemanha, os "pais" do euro. Entre os portugueses, 52% é da mesma opinião.

O inquérito revela ainda que 78% dos portugueses considera ter sido afectado pela crise económica ( 26% respondem mesmo terem sido "muito afectados"), colocando Portugal no 3º lugar, entre os 13 países analisados, que se diz mais castigado pela recessão.

Realizado 18 meses após Obama ter assumido a liderança na Casa Branca, entre 1 e 29 de Junho, o estudo sondou a opinião de mais de 13 mil pessoas envolvendo, para além dos Estados Unidos, 12 países europeus (11 da União Europeia, mais Turquia), incluindo Portugal, onde a realização do inquérito conta com o apoio da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento.

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