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21/02/2010

Braço-de-ferro na Renault de Cacia

O braço-de-ferro entre trabalhadores e administração que se veridfica desde dia 18 na fábrica da Renault em Cacia (Aveiro) deverá, a manter-se, afectar a laboração até ao final do mês. A direcção alega "não ter condições" para ir além de uma actualização de 1% dos salários em 2010 aos cerca de mil trabalhadores.

Após um ano sem aumentos na fábrica de caixas de velocidade e outros componentes, a comissão sindical propôs 4% para conversar e partiu para a greve como forma de pressão. As paragens diárias de 30 minutos são feitas a meio de cada horário, com concentração dos trabalhadores em frente do edifício da administração. A paralisação abrangerá também trabalho suplementar e foi suspensa a bolsa de horas, que prevê o recurso a trabalho suplementar ao sábado.

"Dizem-nos que as fábricas de Espanha e França não estão a fazer aumentos, mas nós aqui em Portugal laboramos a 100% e admitiram mais 70 contratados", justificou Manuel Chaves, porta-voz da comissão sindical .

Francisco Serrador, director de recursos humanos, diz que a administração "reconhece" os sacrifícios da massa laboral em 2009, admite que os aumentos de 1% nos salários e 0,5% nas progressões de carreira ficam aquém do necessário para compensar, mas alega que a empresa "está limitada pelas disponibilidades do momento". Mesmo assim, tendo em conta a inflação de 2009 (-0,8%), haverá "um ganho real de 1,8%" e nenhuma outra fábrica do grupo terá um aumento parecido, sublinha a administração.

Em 2009, a margem operacional da fábrica de Aveiro foi negativa em três milhões de euros, devendo o volume de negócios ter alcançado os 200 milhões de euros.

http://dn.sapo.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=1500151

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