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01/05/2009

Portugal conta com 2 milhões de trabalhadores precários

Algumas dezenas de pessoas denunciaram esta sexta-feira, em Lisboa, a precariedade em que perto de dois milhões de portugueses trabalham e exigiram mais e melhores condições de emprego, sob o lema «O precariado dá luta».

Esta iniciativa -denominado movimento «Mayday» - comecou em Itália e chegou a Portugal há três anos. O objectivo era chamar a atenção para a precariedade no mercado de trabalho: desde o estagiário, ao recibo verde ou ao contrato a termo, avança a Lusa.

«O nosso objectivo é lutar contra as condições de trabalho que temos hoje em dia, sentimo-nos explorados e estamos aqui todos juntos a tentar juntar o máximo de pessoas para dar voz a este sentimento e a esta revolta que é dizer que nós não queremos trabalhar nestas condições e nós não queremos viver nestas condições", explicou à Lusa um dos membros da organização.

De acordo com Rita Gordo, todas estas pessoas têm em comum a falta de segurança e de direitos no trabalho e a falta de perspectivas para o futuro.

«Ser trabalhador precário é chegar ao fim do mês e não se viver, mas sim sobreviver. É ter de se sujeitar a condições que não gosta, com as quais não se sente à vontade e não foi para essas que trabalhou nestes anos todos e sente que não é recompensado por nada do que faz. Vai para o trabalho infeliz, não tem nada em troca, não sente estímulos e no fim do mês lá tem de estar a fazer contas sem ter dinheiro para comer ou para sustentar os filhos», descreveu Rita Gordo, também ela uma precária.

Segundo as contas desta organização, devem existir perto de dois milhões de precários em Portugal e cerca de 60 por cento dos trabalhadores a nível mundial são precários.

TVI24 - 01.05.09

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