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21/10/2010

Empresas do Estado esperam que Governo reconsidere corte nos salários

Os trabalhadores das empresas do sector empresarial do Estado esperam que o Governo reconsidere a intenção de cortar salários.

O protesto é generalizado entre os trabalhadores das empresas do sector empresarial do Estado, que aguardam com expectativa a reunião no Ministério das Finanças, agendada para esta quinta-feira, entre Governo e as administrações.
A ideia dos cortes nos salários é rejeitada pelas Comissões de Trabalhadores e Sindicatos.
Na TAP, Cristina Vigon, presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil, considera a situação gravíssima e lembra que nunca até hoje os trabalhadores foram penalizados desta forma.
«Nunca baixaram salários nem no tempo do Salazar. A TAP não tem tido dinheiro do Governo e não tem que ser prejudicada com isto. Há aqui um desnorte total, neste programa, por parte do Governo», frisou Cristina Vigon.
Por isso, todas as formas de luta estão em cima da mesa.
Também na Carris, Luísa Bota, coordenadora da Comissão de Trabalhadores, lamenta que o Governo decrete cortes nos salários dos funcionários, poupando os administradores da empresa.
«Para os conselhos de administração das empresas não se vislumbra quaisquer medidas [de redução de salários]. É de realçar, por exemplo, que a Carris hoje tem mais de dois mil trabalhadores e continua a ter os mesmos cinco administradores que tinha quando a empresa tinha mais de oito mil trabalhadores», contestou Luísa Bota.
Na CP, José Manuel Oliveira, do Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários, calcula que cada trabalhador vai perder pelo menos 50 euros.
«No conjunto do nosso sector há pelo menos uma redução de salários no mínimo de 50 euros por trabalhador, que tem a ver com o que está proposto na redução do subsídio de refeição para os valores da Função Pública. E neste quadro [de austeridade] qualquer redução é um prejuízo para os trabalhadores», explicou José Manuel Oliveira.
Já a coordenadora da Comissão de Trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Palmira Areal, considera inaceitável um corte nos salários, que pode chegar aos dez por cento.
«Não aceitamos que a CGD esteja colocada neste pacote de medidas de cortes salariais e questionamos 'porquê', 'para quê' e 'como'. Há muita coisa onde poupar na actividade da CGD», sublinhou Palmira Areal.

http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1691735

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