"Não contestamos as referências à criação de emprego, mas contestamos como é que se lá chega e o tipo de qualidade de emprego que se quer implementar", disse à Lusa Arménio Carlos, da comissão executiva da CGTP.
As declarações foram feitas no dia em que a União Europeia discute e aprova, no Luxemburgo, as novas directrizes para a política de emprego nos 27, estabelecendo como objectivo que 75 por cento da população entre 20 e 65 anos deve ter trabalho daqui a dez anos, em 2020.
Para Arménio Carlos, o objectivo da UE não aponta na direcção certa, porque se centra "na ocupação em vez de no cumprimento do pleno emprego".
E a ocupação tem "uma relação directa com a precariedade", sublinhou, adiantando que o que a CGTP quer é "mais emprego de qualidade, com direitos, estável e seguro e devidamente remunerado".
Em Portugal, acrescentou, a dificuldade parece ser até maior já que "o que se perspectiva é uma estagnação ou uma recessão a curto prazo e daqui resulta que não vai haver crescimento económico nem criação de emprego. Vai crescer o desemprego com a agravante de que muitos deixarão de ter direito a subsídio de desemprego", disse.
Para o sindicalista, "independentemente dos anúncios de criação de emprego até 2020, o que importa é dar resposta aos problemas do presente e, neste momento, não há nenhuma medida do Governo que sequer se aproxime deste objectivo".
Os ministros do Emprego e Assuntos Sociais da União Europeia aprovam hoje formalmente uma proposta feita em Março, pela Comissão Europeia, no âmbito da Estratégia Europa 2020 para modernizar o tecido social e económico.
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