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07/09/2010

Portugal abaixo da média da OCDE em gastos com Educação

Portugal gastou com cada aluno cerca de 5.200 euros por ano, em 2008, apurou a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Com este nível de investimento, Portugal está abaixo da média dos 31 países da organização no que respeita ao investimento na Educação. A OCDE alerta que, com os cortes orçamentais por causa da crise, é necessário ajustar o sistema de ensino à realidade.

Portugal gastou cerca de 5200 euros com cada aluno no sector público em 2007, ficando no 16.º lugar entre os 31 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), revela o estudo "Education at a glance", hoje divulgado.

O investimento por aluno aumentou mil euros em comparação com o relatório de 2008, elaborado com dados de 2005, mas continua abaixo da média da OCDE, que é de 6400 euros anuais por aluno.

O documento refere que o país aplica 5,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) na Educação, também abaixo do 6,2 por cento do Estados-membros daquela organização.

Os Estados Unidos lideram o investimento anual na educação, com 11 100 euros por aluno, embora os dados se refiram ao ensino público e privado. Segue-se a Áustria e a Suíça, que gasta mais de 10 mil euros por aluno apenas no sector público. O México (cerca de 2000 euros anuais por aluno) e a China (cerca de 1090 euros) são os países que menor percentagem do Orçamento dedicam à Educação.

Para ultrapassar as dificuldades orçamentais, a OCDE recomenda a optimização de recursos e a adaptação do sistema de ensino ao mercado de trabalho. Eficácia e eficiência devem ser as respostas do sistema de ensino para responder às exigências de um mercado de trabalho em rápida transformação, defendeu o secretário-geral da OCDE.

Angel Gurría manifestou desagrado com a análise centrada nos custos, anunciando que doravante serão preferidos "resultados indicativos da conclusão de grau académico e o seu impacto sobre o progresso económico e social".

"É inquietante constatar que ao longo da última década, em vários países, o aumento significativo das despesas por aluno/estudante não é acompanhado de melhorias significativas na qualidade dos resultados de aprendizagem", sublinhou Angel Gurría.

Diferença salarial é "forte incentivo" para concluir estudos universitários

Um estudante português com o ensino secundário pode esperar um retorno de 207 mil euros do mercado e trabalho mas se tiver um curso superior esse valor pode atingir mais do dobro, 437 mil euros, durante a sua vida de trabalho.

No entanto, estes valores são mais baixos se for uma mulher, gerando 139 mil euros se optar não ir além dos estudos secundários ou 350 mil euros caso conclua estudos superiores.

Numa comparação entre 20 países, Portugal está entre os três países em que o canudo pode fazer a diferença. Além de Portugal, também Itália e Reino Unido são mencionados no documento "Education at a glance" como os países em que o grau de ensino mais influencia no salário, sendo este "um forte incentivo" para concluir o curso universitário.

Esta poderá ser uma explicação para o já verificado aumento do número de pessoas com o ensino secundário e superior. Contudo, Portugal continuava a integrar o grupo de países com mais baixa formação da população em 2008.

Aumento significativo de habilitações literárias

Ao longo das últimas três décadas, foi operado nos 31 países da OCDE um significativo aumento dos níveis de educação. As pessoas com idades entre os 24 e os 34 anos têm qualificações superiores às que estão a deixar o mercado de trabalho (55-64 anos).

O Japão e a Coreia lideram o crescimento das qualificações, com 60 por cento da população entre os 25 e os 34 anos a aceder ao ensino superior. Portugal está no oitavo lugar a contar do fim da tabela, não chegando aos 30 por cento.

Em Portugal, tal como no México, na Turquia e no Brasil, dois terços da população entre os 25 e os 64 anos não completaram o ensino secundário. Em 25 países da organização, menos de um terço dos adultos (29 por cento) concluiu a escola primária ou o 2.º ciclo do ensino básico, 44 por cento o secundário e 28 por cento obteve qualificação superior.

No que respeita à percentagem da população com educação superior, Portugal surge na fatia destinada a outros países. Apresenta com 0,4 por cento do total, apesar de ter sido um dos países com maior crescimento médio anual da educação superior.

Os Estados Unidos (33,5 por cento), o Japão (14,7 por cento) e a Alemanha (5,8 por cento) são os países com maior número de licenciados. A Coreia é o quarto país analisado no estudo "Education at a glance", com 5 por cento da população com uma licenciatura.

http://tv1.rtp.pt/noticias/index.php?t=Portugal-abaixo-da-media-da-OCDE-em-gastos-com-Educacao.rtp&article=373308&visual=3&layout=10&tm=8

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