Assinalou-se no passado dia 29 o 5.º aniversário da passagem do furacão Katrina por Nova Orleães. Com ampla cobertura mediática, o presidente Barack Obama deslocou-se à cidade, mas as promessas feitas não apagam o facto da esmagadora maioria da população pobre continuar a aguardar respostas do governo, quer quanto às responsabilidades sobre o sucedido quer quanto à normalização das suas vidas.
Esta semana, a insuspeita Amnistia Internacional concluiu que a administração Bush não só falhou nas operações de socorro como violou os direitos humanos das vítimas da catástrofe, desde logo porque impediu o regresso da população dos bairros pobres.
Por outro lado, a associação Povos Sem Fronteiras adiantou que, antes da intempérie, as companhias petrolíferas criaram um canal artificial na zona de defesa natural de Nova Orleães. Tal, sustenta a organização, alterou os cursos de água provocando a cedência dos diques e a devastação de 80 por cento da metrópole. Ninguém foi até agora acusado.
Mas além da negligência e dos crimes então cometidos pelas autoridades, a população que residia na cidade enfrenta agora acrescidas dificuldades. 150 mil pessoas continuam em campos de refugiados. Muitos dos que regressam enfrentam poderosos interesses imobiliários na hora de recuperarem os terrenos que ocupavam.
Cerca de 14 mil milhões de dólares foram gastos na construção de habitações, mas esta verba foi canalizada na quase totalidade para os quarteirões abastados. Em consequência, metade da população carenciada foi empurrada para fora de Nova Orleães.
http://www.avante.pt/pt/1918/internacional/110282/
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