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23/08/2010

Portugueses aplicam 1,2 mil milhões em 'offshores'

Transferências para estes veículos disparou no primeiro semestre, depois de ter havido uma fuga dos paraísos fiscais em 2009

Os portugueses estão a voltar a investir em força nos offshores. Durante o primeiro semestre de 2010, os investidores nacionais colocaram 1,2 mil milhões de euros naquelas praças financeiras, um valor que contrasta com a retirada de 467 milhões de euros em igual período do ano passado, de acordo com os dados do boletim estatístico do Banco de Portugal (BdP).

Face à crise financeira que se vive desde 2008, este tipo de investimentos de carteira têm vindo a sofrer oscilações. No entanto, os meses de Junho parecem ser uma época propícia para se fazerem este tipo de aplicações. Exemplo disso mesmo é o facto de, em Junho último, terem sido investidos 474 milhões de euros naquelas praças financeiras, um montante superior aos 471 milhões de euros que forma aplicados em igual mês do ano passado em sociedades sediadas em paraísos fiscais.

Os 1,2 mil milhões de euros que os portugueses colocaram nos offshores no primeiro semestre de 2010 correspondem quase ao mesmo valor que fizeram regressar daquelas praças no ano passado: um total de 1,3 mil milhões de euros. Num ano de grande instabilidade financeira e crescente redução de liquidez, os investidores levantaram boa parte das suas aplicações em paraísos fiscais. No entanto, tal não significa que a quantia em causa tenha entrado no sistema financeiro português, podendo ter sido reinvestidos noutros países.

Mas as empresas sediadas nos offshores também investem um pouco por todo o mundo. Os activos existentes em Portugal, no entanto, não estão a atrair estas firmas. Nos primeiros seis meses do ano, os offshores levantaram 49,4 milhões de euros do mercado português, valor que compara com os 448,7 milhões de euros aplicados no nosso País por este tipo de investidores em período idêntico de 2009.

Os capitais provenientes de offshores e aplicados em activos portugueses registam igualmente grande volatilidade. Depois de, em 2007, terem investido 3,2 mil milhões de euros em Portugal, os investidores sediados nestas praças reduziram para 624 milhões de euros os investimentos de carteira no nosso mercado em 2008 e para 455 milhões em 2009.

A informação reportada pelo Banco de Portugal é fornecida pelos bancos e diz respeito a aplicações financeiras em carteiras sediadas em paraísos fiscais. A banca comunica igualmente esta informação à Direcção-geral de Contribuições e Impostos, com vista à determinação das mais-valias geradas, que estão sujeitas a impostos.

http://dn.sapo.pt/bolsa/interior.aspx?content_id=1646493

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