O Programa de Estabilidade e Crescimento admite perda de poder de compra de 2,8% em quatro anos.
Em média, todos os trabalhadores em Portugal - sejam do sector público ou do privado, deverão perder poder de compra nos próximos quatro anos. Esta é a expectativa deixada no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) entregue segunda-feira à noite na Assembleia da República.
Afinal, o congelamento dos salários reais não deverá ser regra só para os funcionários públicos. De acordo com as estimativas de Teixeira dos Santos, Ministro das Finanças, os aumentos salariais médios do conjunto do mercado de trabalho até 2013 deverão ficar sempre aquém dos aumentos da inflação. Se as perspectivas se confirmarem, em média os trabalhadores terão uma perda real de poder de compra de 2,8% no conjunto dos quatro anos.
Além da estimativa, a equipa do Ministério das Finanças fez questão de sublinhar que "a negociação dos aumentos salariais no sector privado é fortemente influenciada pelos acordos para o sector público, pelo que se pode prever que a moderação proposta para a evolução dos salários da Função Pública contribua também para a moderação dos salários no sector privado" - uma consideração que é mais frequente nos textos do Banco de Portugal, mas pouco comum nos documentos do Governo.
Para a Função Pública o Executivo já confirmou que até 2013 serão anos de, pelo menos, congelamento real dos salários. Esta medida permitirá - associada ao reforço do controlo nas admissões de trabalhadores para o Estado - poupar 100 milhões de euros por ano. Uma contenção que gera muitos protestos mas que, no total, não é a que mais contribui para a redução do défice.
http://economico.sapo.pt/noticias/governo-preve-congelamento-de-salarios-no-privado_84362.html
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