Filipe Diniz
As firmas Merryl Linch e Capgemini publicam anualmente o World Wealth Report (Relatório sobre a riqueza mundial). De facto, este relatório não é bem sobre a riqueza mundial. É sobre uns quantos que concentram essa riqueza nos seus bolsos.
Dividem-se em duas categorias: os HNWI (high net worth individuals, indivíduos com elevado rendimento líquido individual: igual ou superior a 1 milhão de dólares) e os UHNWI (ultra high net worth individuals, indivíduos com ultra elevado rendimento líquido individual: igual ou superior a 30 milhões de dólares).
Uma das curiosidades destes relatórios reside em perceber para que servem. Uma das conclusões que se tira é a de que as firmas relatoras estudam o comportamento dos HNWI e dos UHNWI porque acreditam que daí depende parte do futuro da economia mundial. Mas o que se verifica é que daí dependem, no fundamental, não a economia mas as dinâmicas da especulação (bolsista, imobiliária, financeira, commodities) e os processos de centralização e concentração do capital. Não só não é na economia real que os HNWI procuram assegurar e multiplicar os seus ganhos como parece ser mais fácil descobrir uma correlação entre o que a economia perdeu e o que estes HNWI ganharam.
O relatório confirma que o capital não tem pátria. Os HNWI tendem a investir noutro lado: os asiáticos na Europa, os latino-americanos na Ásia, os norte-americanos na Ásia e na Europa, os europeus na Ásia e na América Latina.
Os HNWI investem em clubes de futebol; em joalharia, pedras preciosas e relógios; em arte e coleccionáveis de luxo. A venda de iates de luxo, de jactos privados, de automóveis de luxo teve uma lamentável quebra em 2009 mas, diz o relatório, apresenta sinais muito animadores em 2010.
Enquanto o produto interno bruto global reduziu 2% e o desemprego global aumentou 14,4% em 2009 (atingindo 211,5 milhões), as fortunas conjuntas dos HNWI e dos UHNWI aumentaram 9,4%. 53,5% do total de HNWI situa-se nos EUA, Japão e Alemanha. 4,5 milhões de HNWI estão nos EUA e no Japão, duas economias em profunda crise.
Parece que em Portugal houve uma quebra no número de HNWI. As duas troikas não deixarão de vir em seu socorro.
Dividem-se em duas categorias: os HNWI (high net worth individuals, indivíduos com elevado rendimento líquido individual: igual ou superior a 1 milhão de dólares) e os UHNWI (ultra high net worth individuals, indivíduos com ultra elevado rendimento líquido individual: igual ou superior a 30 milhões de dólares).
Uma das curiosidades destes relatórios reside em perceber para que servem. Uma das conclusões que se tira é a de que as firmas relatoras estudam o comportamento dos HNWI e dos UHNWI porque acreditam que daí depende parte do futuro da economia mundial. Mas o que se verifica é que daí dependem, no fundamental, não a economia mas as dinâmicas da especulação (bolsista, imobiliária, financeira, commodities) e os processos de centralização e concentração do capital. Não só não é na economia real que os HNWI procuram assegurar e multiplicar os seus ganhos como parece ser mais fácil descobrir uma correlação entre o que a economia perdeu e o que estes HNWI ganharam.
O relatório confirma que o capital não tem pátria. Os HNWI tendem a investir noutro lado: os asiáticos na Europa, os latino-americanos na Ásia, os norte-americanos na Ásia e na Europa, os europeus na Ásia e na América Latina.
Os HNWI investem em clubes de futebol; em joalharia, pedras preciosas e relógios; em arte e coleccionáveis de luxo. A venda de iates de luxo, de jactos privados, de automóveis de luxo teve uma lamentável quebra em 2009 mas, diz o relatório, apresenta sinais muito animadores em 2010.
Enquanto o produto interno bruto global reduziu 2% e o desemprego global aumentou 14,4% em 2009 (atingindo 211,5 milhões), as fortunas conjuntas dos HNWI e dos UHNWI aumentaram 9,4%. 53,5% do total de HNWI situa-se nos EUA, Japão e Alemanha. 4,5 milhões de HNWI estão nos EUA e no Japão, duas economias em profunda crise.
Parece que em Portugal houve uma quebra no número de HNWI. As duas troikas não deixarão de vir em seu socorro.
www.avante.pt/pt/1961/opiniao/115205/
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