«Hoje deixou-se de falar na privatização da EMEF, mas isso não significa que esse objectivo não esteja presente nos projectos futuros para esta empresa», alertou o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário. Em marcha pode estar a alienação de muito do trabalho que hoje é feito na EMEF para a SIMEF, um agrupamento complementar de empresas constituído pela empresa ferroviária de manutenção com a Siemens, multinacional alemã que tem «uma estratégia de domínio desta actividade na Europa».
Para o SNTSF/CGTP-IN, o futuro da EMEF «deve merecer a nossa preocupação», seja devido à garantia de know-how nacional, seja porque se trata de um serviço público de qualidade e de cariz social. «Para garantir a sua função e no interesse da segurança dos utentes e na qualidade do transporte ferroviário, a EMEF tem que se manter no quadro das empresas do sector público e o próximo Governo tem que pôr termo a um conjunto de constrangimentos no seu funcionamento», salienta o sindicato.
No comunicado que emitiu segunda-feira, o SNTSF dá conta de «um clima de desconfiança em relação ao futuro», entre os trabalhadores, devido à baixa taxa de ocupação efectiva de algumas oficinas (motivando maior preocupação os casos da Figueira da Foz e do Barreiro). Por outro lado, a EMEF é hoje a única empresa ferroviária que mantém a penalização dos trabalhadores no que diz respeito a trabalho extraordinário, nocturno, em dia feriado e em dia de descanso (impondo as regras da Função Pública, em vez do Acordo de Empresa em vigor). Na aplicação do Orçamento do Estado, a Administração da EMEF, «quer ser “mais papista que o papa”» e impede a progressão na carreira de «um número elevado de trabalhadores».
Para a resolução destes e outros problemas e para defesa da empresa pública, a luta dos trabalhadores será decisiva, como ficou comprovado com a recente reposição das regras do AE na CP e na CP Carga. O sindicato apela à participação na greve ao trabalho extraordinário, em dia de descanso e em dia feriado, convocada até final deste mês, bem como à mobilização contra as medidas contidas no acordo das troikas.
Sem comentários:
Enviar um comentário