Todos os dias os jovens, sejam eles operários especializados, enfermeiros, professores, psicólogos, formadores, operadores de call-center, jornalistas, trabalhadores do comércio nas grandes superfícies, operadores de caixa entre muitos outros, escondem as suas habilitações académicas para terem um trabalho, uma ocupação. São pessoas disponíveis para quase tudo e que em troca recebem uma mão cheia de quase nada.
Temos dito que existem mais de 1 200 000 trabalhadores sobretudo jovens e mulheres com contratos laborais precários (trabalho temporário, contratos a termo, recibos verdes), milhares que vivem na intermitência dos estágios não remunerados, dos estágios profissionais, do emprego sem direitos e que mais à frente caem no desemprego.
Jovens cujo dia-a-dia é sem saber quando e se terão direito ao domingo na folga semanal, sem saber quanto e se vão receber a dia certo; sem saber se terão perspectiva de valorização do seu trabalho e progressão na carreira; mas com a certeza que aos falsos recibos verdes lhes comem 30% do salário.
Caminhamos a passos largos para atingir o número de 1 000 000 de trabalhadores desempregados, sendo actualmente 23,4% menores de 35 Anos.
A precariedade e o desemprego, os baixos salários e o escandaloso aumento das taxas de juro e das prestações da habitação, levam hoje cada vez mais jovens trabalhadores, independentemente das suas qualificações, a depender e regressar a casa dos pais ou até a emigrar.
Hoje muitos jovens casais adiam a decisão de ter filhos, porque amanhã não sabem se ainda vão ter emprego; porque viram cortados os abonos de família; porque amanhã sabem que não têm direito ao subsídio de desemprego; não sabem qual será o seu horário laboral; porque o salário mal dá para dois quanto mais para 3; porque sabem que a seguir aos contratos a prazo, aos recibos verdes e ao trabalho temporário, vão novamente apresentar-se quinzenalmente no Centro de Emprego.
Enquanto isto, continua a aumentar o fosso entre os ricos e pobres, mantendo-se os privilégios e oportunidades dos que mais podem, penalizando sempre os que menos têm e consequentemente menos podem.
É por estas e outras situações que decidimos realizar no Sábado, 9 De Julho, um PIC.NIC contra a precariedade! Integram a comissão promotora desta iniciativa: A Interjovem /CGTP-IN, Juventude Operária Católica (JOC), Movimento 12 de Março (M12M) e a Associação de Bolseiros de Investigação Cientifica (ABIC).
Aos jovens lançamos um desafio que passa por assumir nas suas mãos os destinos das suas vidas! Dia 9 De Julho, a partir das 10h30m, no Parque Eduardo VII em Lisboa! Estamos mais uma vez na rua, pelo emprego e pelos nossos direitos!
Vamos debater para apontar novos rumos e alternativas, vamos continuar a dizer não a este caminho de destruição do nosso presente e que hipoteca o futuro do país! Vamos para debate, convívio e cultura, mas acima de tudo vamos para a luta.
Porque acreditamos que a precariedade e a instabilidade não são inevitáveis,
Porque queremos trabalhar,
Porque acreditamos que cada um de nós tem um papel fundamental na sua transformação pessoal e consequentemente, na transformação do seu meio.
Porque é possível, urgente e necessário outro rumo para o país, assente noutro modelo de desenvolvimento mais justo, que visa em primeiro lugar a dignidade da pessoa e não o lucro. Um modelo que permita construir um país mais justo e solidário.
Lisboa, 28.06.2011
http://cgtp.pt//index.php?option=com_content&task=view&id=2120&Itemid=1
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