É o Correio da Manhã (CM) que escarrapacha na 1.ª página que o Governo do PS/Sócrates desatou a nomear os famosos «boys» do partido mal entrou em gestão.
Assim, já vão em 120 as nomeações e promoções governamentais publicadas em Diário da República desde 23 de Março último, dia em que o actual Governo entrou em gestão, após formalização da sua demissão.
Entre os «nomeadores», o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, bate todos os recordes ao oficializar, de uma assentada, 40 contratações de última hora, todas, obviamente, de militantes ou «amigos» do PS. Ao lado deste recordista está o próprio primeiro-ministro que, através do seu gabinete oficial, desencantou também «multas e variadas» nomeações de última hora. E entre os felizes contemplados há de tudo: juristas, autarcas e eleitos das mais variadas proveniências e extracções... partidárias.
O chocante já nem é este repetido «festival de compadrios», que se exibe perante o País a cada Governo que sai (e também a cada um que entra).
O chocante, hoje em dia, é a naturalidade rotineira em que estas «nomeações» se transformaram, não parecendo espantar ou chocar quem quer que seja, entre os famosos – e famigerados... – «partidos do arco do poder». O que até nem espanta: afinal de contas, são eles os únicos beneficiados pelo regabofe...
Vendas
Entretanto, ainda segundo o CM, o Estado arrecadou cerca de 355 milhões de euros em 2010 com a venda de 466 imóveis do património público, mas, destes, apenas 24 foram efectivamente vendidos a privados. Os restantes – ou seja 442, a esmagadora maioria – foram de novo «comprados» pelo mesmo Estado, através da empresa pública «Estamo». Com um pormenor: os antigos terrenos da Quimiparque, em Almada, foram «adquiridos» por outra empresa pública, a «Baía Tejo».
Neste «finge que vende e não vende» o Governo de José Sócrates «aliviou» o défice nos tais 255 milhões de euros, embora tal quantia nunca tenha entrado nos cofres do Estado – só nos «cofres contabilísticos» destes habilidosos.
E nesta enxurrada permanente de «habilidades» governamentais (deste e de todos os Governos que o antecederam) se vai afundando o País e os portugueses.
Números
O secretário de Estado da Administração Pública, Castilho dos Santos, revelou esta semana que «as reformas na gestão dos recursos humanos» na máquina do Estado permitiu a «poupança» de 10 mil milhões de euros.
É um número concreto e brutal.
Concreto, porque quantifica, preto no branco, o balúrdio que se obteve com os cortes salariais à generalidade dos funcionários públicos.
Brutal, porque tal enormidade constitui não apenas um chocante esbulho a quem trabalha por conta do Estado em nome do «combate ao défice» como, sobretudo, tal esbulho não tem a mais longínqua correspondência ou semelhança com o aplicado ao grande capital e respectivos capitalistas.
Esses, na generalidade, viram baixar as suas «contribuições para o défice», apesar de serem eles, e a especulação de que vivem, os exclusivos responsáveis por toda esta chamada «crise mundial».
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