À procura de textos e pretextos, e dos seus contextos.

10/12/2010

Portugal lidera no emprego dos pouco qualificados

Quase 60% dos que encontraram trabalho até Junho eram pouco escolarizados. É a percentagem mais alta na UE de emprego oferecido a mão-de-obra com baixa qualificação.
Portugal é o país europeu com a maior percentagem de pessoas com baixa escolaridade a conseguirem obter um emprego, segundo um estudo do Observatório Europeu de Vagas Profissionais.
De acordo com aquele organismo, que ontem divulgou o seu boletim trimestral, 59% dos portugueses que arranjaram trabalho ao longo do segundo trimestre deste ano eram pouco escolarizados. O relatório aponta uma tentativa de explicação para esta singularidade portuguesa, dizendo que ela resulta provavelmente de uma conjugação entre a estrutura económica e o nível de escolaridade. Ou seja, não só a população activa portuguesa tem dos mais baixos níveis de qualificação no espaço europeu - com mais de 60% sem o ensino secundário completo - , como a maioria das empresas ainda é de sectores de baixa especialização.
Aquele observatório lembra, por outro lado, que "a agricultura e o turismo, por exemplo, são sectores importantes nestes países e têm uma procura relativamente elevada de trabalhadores pouco qualificados".
 Em situação comparável a Portugal, mas mesmo assim a alguma distância, encontra-se Malta, onde 52% dos indivíduos que arranjaram trabalho em Junho eram pouco qualificados, Espanha (50%), Itália (43%) e Grécia (37%).
Os mecânicos e técnicos de equipamentos eléctricos e electrónicos, assim como os técnicos de informática e motoristas estão no topo dos profissionais que encontraram trabalho em Portugal entre Junho de 2009 e o mesmo mês deste ano. A situação - que ocorre numa conjuntura de agravamento do desemprego - pode explicar--se por um maior dinamismo dos sectores exportadores.
No extremo oposto a Portugal, a maior percentagem de pessoas com elevado grau de escolaridade a arranjar trabalho verificou-se na Irlanda (37%), seguindo-se Luxemburgo e Chipre (34%), Bélgica e Reino Unido (33%) e Holanda (30%).
Mesmo no auge da crise, 40 milhões de europeus encontraram um novo emprego naqueles 12 meses , mais 4% do que no período homólogo. A maioria dos empregadores queria preencher vagas em profissões ligadas ao comércio, sendo que mais de três milhões de europeus encontram emprego nessa área. com Lusa.

http://dn.sapo.pt/bolsa/emprego/interior.aspx?content_id=1731330

Sem comentários:

Related Posts with Thumbnails