Vários sindicatos franceses do sector dos transportes anunciaram hoje a convocação de greves por tempo ilimitado, respondendo à insistência do Governo no novo regime de reformas.
O novo regime foi aprovado a 15 de Setembro pela Assembleia Nacional francesa e começou na terça feira a ser discutido no Senado, onde a União para um Movimento Popular (UMP) precisa de um acordo com o Partido Socialista (PS) para fazer passar a lei na câmara alta do Parlamento.
O debate, cujo arranque foi marcado por uma manifestação de protesto junto ao Senado e pela presença da líder da oposição, a socialista Martine Aubry, vai durar duas semanas mas o Governo vincou no primeiro dia a sua inflexibilidade no ponto mais simbólico e contestado, o aumento para os 62 anos da idade legal de reforma.
Perante a insistência na "reforma das reformas", protagonizada no Senado pela intervenção do ministro do Trabalho francês, Éric Woerth, os principais sindicatos do sector ferroviário (incluindo a empresa nacional SNCF) e dos transportes públicos de Paris (do operador RATP) anunciaram a convocação de greves "reconduzíveis" a partir de 12 de Outubro.
"O prolongamento do movimento dependerá da importância da mobilização (da greve a 12 de Outubro) e da resposta do Governo", explicou hoje a CFDT-RATP, repetindo a postura de vários outros sindicatos que apresentaram pré-avisos de greve ilimitada com início na próxima semana.
Dentro e fora do Senado, maioria de direita e oposição de esquerda lançam acusações de "radicalização" e "apodrecimento" da situação e as direcções das confederações sindicais francesas discutem abertamente os prós e os contras de uma greve geral.
O endurecimento do movimento de contestação acontece após três jornadas de manifestações e greves em todo o país, a 07 e 23 de Setembro e a 02 de Outubro, a que terão aderido quase três milhões de pessoas, segundo os sindicatos.
A "reforma das reformas" é considerada "indispensável" pelo Governo do primeiro-ministro, François Fillon, mas é contestada pela oposição como "injusta e irresponsável".
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