À procura de textos e pretextos, e dos seus contextos.

06/10/2010

Carvalho da Silva acusa ministro de “atitude anti-nacional” contra os salários

O secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, acusou hoje o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, de ter “uma atitude anti-nacional” ao levar a cabo uma “campanha contra os salários”.

O líder sindical falava na Covilhã, à margem das comemorações dos 40 anos CGTP, que se assinalaram no dia 1 de Outubro, mas foram hoje festejados no jardim público da cidade.

Palavras duras foram dirigidas “a um ministro das Finanças que tem a pouca vergonha e atitude completamente anti-nacional de recomendar aos patrões: cuidado com os salários”, durante um discurso para cerca de 400 pessoas.

Carvalho da Silva classificou o corte de salários na função pública anunciado pelo Governo no Orçamento de Estado para 2011 como “um despiste absoluto” para a economia do país, por via da redução do poder de compra.

Segundo o dirigente, o país precisa de níveis salariais “mais elevados” para “forçar o desenvolvimento” e acusou o ministro das Finanças de “não ter coragem” para cortar devidamente nas regalias dos mais poderosos.

“E depois vem dar a receita ao sector privado”, lamentou, acusando o governante de “não aprender o essencial: perceber a sociedade”.

O líder da CGTP apelou à mobilização para a greve geral de 24 de Novembro, mas remeteu para mais tarde quaisquer comentários acerca da união com a UGT nessa mesma greve.

“Não tenho que falar pela UGT, não queremos falar sequer em nos juntarmos”, referiu aos jornalistas.

Carvalho da Silva prefere “falar na construção da unidade na acção, o mais forte possível”.

“Teremos uma troca de impressões esta semana, logo se verá o que vamos fazer”, concluiu.

http://economia.publico.pt/Noticia/carvalho-da-silva-acusa-ministro-de-atitude-antinacional-contra-os-salarios_1459546

1 comentário:

Anónimo disse...

Exmos. Srs:
Gostaria muito de poder dirigir esta mensagem ao Doutor Carvalho da Silva. Como não sei como fazê-lo, envio este comentário na expectativa de que possam enviar-lho.

Doutor Carvalho da Silva:
Em 1º lugar quero expressar a admiração que tenho por si, sobretudo pelo seu percurso de luta onde soube integrar conhecimento, ao fazer, certamente com muito sacrifício, o seu doutoramento. Devo dizer-lhe que não sou comunista, nem admiradora da CGTP, mas confio em si enquanto pessoa que luta contra as desigualdades sociais. Neste contexto quero expressar-lhe a preocupação que tenho relativamente à anunciada greve para 24 de Novembro.
Fiquei muito contente com o facto das 2 centrais sindicais se terem unido. Assim é que devia acontecer sempre. E este facto faz-me pensar que, nem que seja só por isso, deverei aderir à greve no dia 24 de Novembro. Além do mais, a minha revolta por estes PEC's é muito grande. Sou das ditas pessoas que são a desgraça deste país - funcionária pública! Sou daquelas a quem vai ser reduzido o salário porque ao fim de 35 anos de trabalho tenho um salário bruto de 2 842 €, que fica neste momento em menos de 1900 € pois para os descontos vão 1000 €! Sou uma mulher só, com um filho adulto desempregado em casa. Consegui, aos 51 anos, comprar um T3, nos arredores de Faro, que foi a 1ª casa que tive de que gosto e que pagarei ao banco até aos 75 anos! Além disso tenho um carro com 11 anos! Bem, não sou pobre, mas só sou remediada. Tenho 2 cursos superiores e fiz de tudo para enviar os meus filhos para o ensino superior. Aos 56 anos estou cansada e muitíssimo desiludida com este país por via dos políticos que nos têm conduzido. E como me sinto quando oiço o Banco de Portugal voltar a dizer que o problema deste país é a produtividade dos funcionários públicos?! Que ganham muito para o que produzem! É raiva, muita raiva, o que sinto quando oiço estas coisas! Em vez de funcionários públicos não seria mais correcto falar nos gestores públicos? Nas políticas públicas? Conheço bem o organismo onde trabalho há 35 anos e poderia dizer facilmente o que está mal.
Bem, voltemos à greve de 24 de Novembro. Sabe ceratamente que esse dia de greve nos será descontado no ordenado de Janeiro quando já tivermos tido o corte salarial. Depois, é um dia de greve, já depois do OE estar aprovado ou desaprovado (o que não acredito venha a acontecer) que vai mudar alguma coisa? Aqueles que não foram atingidos pelos cortes salariais vão fazer greve? Não me parece! No meio desta "desgraça" fiquei feliz por aqueles que ganham até 1500€ não terem sido tão atingidos como os outros. Mas sabe qual foi a reacção de alguns colegas meus nessa situação? Foi de nos gozar e dizer "ai, quem me dera que me diminuíssem o salário, era sinal que ganhava muito!" E muitas destas pessoas (nem todas), se têm categorias mais baixas foi por não terem querido "queimar as pestanas". Desses, só lamento aqueles que não estudaram por não terem tido efectivamente essa possibilidade, mas não lamento os preguiçosos. Então, vamos fazer greve a 24 de Novembro para meter nos cofres do Estado mais uns milhões? Creio que o Governo até vai agradecer pois até será mais um contributo para reduzir o défice. Por que razão em vez de greve não fazemos grandes manifestações ao fim de semana como fizeram os professores? Poderíamos fazer manifestações todos vestidos de preto! Poderíamos passar o fim do ano numa enorme manifestação nocturna, todos vestidos de preto, com velas, à porta dos nossos "queridos" governantes. Pronto, aqui deixo a minha sugestão: todos para a rua, as vezes que forem precisas, de luto carregado, mas evitando que a luta ainda nos deixe, a nós, mais pobres. Apesar de não ser a favor da greve pelas razões que expus, considero a hipótese de a fazer porque não quero ficar de fora da luta.
Com toda a consideração,
Ana

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