Os trabalhadores dos CTT, TAP, CP, EMEF e dos Estaleiros Navais, contestaram hoje os planos do Governo para privatizar estas empresas.
Para o coordenador da Comissão de Trabalhadores (CT) da TAP, "vendo o que está previsto no PEC a pergunta que apetece fazer é: em que raio de país é que vivemos?".
Independentemente da percentagem de capital da TAP a alienar, Vítor Baeta diz que "os trabalhadores vêem um bocadinho mais à frente" e antecipam que "estão em causa os seus direitos e, possivelmente, postos de trabalho".
Já o coordenador do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário disse que a alienação de parte da participação do Estado na CP - Carga, na Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF) e da exploração de linhas da CP, resulta na redução dos postos de trabalho das empresas.
"Uma das consequências imediatas das privatizações é sempre reduzir custos através da redução dos postos de trabalho", realçou, acrescentando que "é uma das consequências que prevemos se este projecto for para a frente".
José Manuel Oliveira aponta ainda "a degradação do serviço ao por as empresas na mão dos privados", e "como é no sentido da redução de custos, poderá significar aumentos para o utilizador".
Da mesma forma, os trabalhadores dos CTT afirmaram-se hoje surpreendidos e "apreensivos" com a privatização da empresa, considerando que o Estado quer vendê-la enquanto é rentável e temendo despedimentos.
"Quanto mais venderem agora melhor ficarão, porque provavelmente a empresa, nos próximos anos, com ou sem privatização, irá desvalorizar", afirmou José Rosário, da Comissão de Trabalhadores dos CTT, referindo-se à acrescida concorrência esperada com a liberalização do mercado postal a partir de 2011.
A Comissão de Trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) defende por seu turno a manutenção do actual estatuto dos ENVC, com capitais 100% públicos, classificando-a como "uma medida inteligente, porque consentânea com os superiores interesses de Portugal".
Além disso, "os ENVC são a única empresa de construção naval de média dimensão no país. Por essa razão, deve ser considerada uma empresa estratégica", refere a CT em comunicado.
http://economico.sapo.pt/noticias/trabalhadores-contra-privatizacoes-anunciadas-no-pec_84295.html
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