Cerca de uma centena de estudantes do ensino básico e secundário concentraram-se hoje às 11:00 em frente ao Ministério da Educação, em Lisboa, assinalando o Dia do Estudante com a contestação à política educativa do Governo.
Os alunos gritavam palavras de ordem como "Governo escuta, os alunos estão em luta", "Estatuto é um muro, assim não há futuro", ou "Oiçam-nos a nós, violência não tem voz".
Os alunos contestam o regime de faltas, o estatuto do aluno, os exames nacionais (que na opinião dos estudantes anulam a avaliação contínua), exigem a aplicação da educação sexual nas escolas e queixam-se do sentimento crescente do fim da democracia nas escolas.
Segundo André Martelo, da Associação de Estudantes da Escola Secundária Passos Manuel, o novo regime de gestão traz mais poder para o diretor, esquecendo a democracia e a participação dos estudantes, para passar a ter "um diretor que tudo faz, tudo pode e que pode suspender segundo o seu critério".
A violência nas escolas é outra das preocupações dos alunos, que receiam ver esta ideia generalizada e os estudantes tratados como criminosos, quando "o que acontece são casos pontuais".
"No estatuto do aluno, o tratamento que se dá ao mau comportamento, a nomeação do processo de avaliação do comportamento dos estudantes, os próprios nomes que se dão aos estudantes: de delinquentes, de julgamento. Aquilo é um código penal com uma carga repressiva imensa e, apesar de esporádica, a ideia é aproveitada para generalizar o que não é generalizado", afirmou André Martelo.
Na Guarda, a Associação Académica comemorou o Dia Nacional do Estudante com a colocação de faixas negras no exterior da sua sede e com a distribuição de panfletos de contestação à atual política educativa.
Segundo Marco Loureiro, presidente da Associação Académica da Guarda (AAG), os alunos decidiram em assembleia geral "declarar luto académico na academia da Guarda, com a colocação de faixas negras no exterior da sede".
Ao longo do dia, no bar académico, são passadas imagens e vídeos sobre a luta estudantil e durante a tarde será distribuído "um panfleto de apelo" para que seja enviado um email para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior com "palavras de descontentamento perante o atual desinvestimento no ensino superior", adiantou.
A direção da AAG aponta que os alunos também estão descontentes por terem "menos Ação Social", "propinas cada vez mais elevadas" e "cada vez menos direitos".
Já em Coimbra, segundo dados da PSP e do Governo Civil, cerca de três dezenas de estudantes concentraram-se a meio da manhã na Praça 8 de maio e dirigiram-se pelas ruas da Baixa até ao Governo Civil, onde foram recebidos por um representante desta instituição.
Os alunos, oriundos das Escolas Secundárias de José Falcão, Avelar Brotero, Quinta das Flores e Jaime Cortesão, aproveitaram o Dia do Estudante para apresentar alguns problemas com que se deparam nas suas instituições, nomeadamente sobre os espaços físicos.
http://www.destak.pt/artigo/58137
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