O IEFP voltou a escolher o fim de tarde de uma sexta-feira para divulgar os dados relativos ao desemprego registado nos Centros de Emprego. Independentemente da altura de divulgação que, para além de tardia, surge nas vésperas do fim-de-semana, o número de 510 356 desempregados inscritos, um dos mais elevados depois do 25 de Abril, merece um conjunto de medidas que combatam as causas do seu constante aumento e os efeitos para os milhares de trabalhadores que são empurrados para fora do trabalho.
Os dados agora divulgados, dizendo respeito apenas ao número de inscritos nos Centros de Emprego e não à totalidade dos desempregados, que a partir de dados do INE ronda os 650 mil, confirmam a continuada destruição de postos de trabalho, sendo que no mês de Setembro mais de 100 trabalhadores por hora viram o seu emprego desaparecer. Por outro lado, o conjunto de despedimentos anunciados já no decorrer do mês de Outubro, que não estão reflectidos nos números divulgados, configuram novo crescimento do desemprego.
A precariedade laboral continua a ser o instrumento usado para engrossar as fileiras dos disponíveis e a principal causa do desemprego, com 42,4% dos novos inscritos nos Centros de Emprego a ter como causa o fim de contrato não permanente.
O aumento verificado, em termos homólogos de mais 115 113 novos desempregados e em relação ao mês passado de 8 693, tem particular incidência nos jovens trabalhadores (com menos de 25 anos), aumentando num só ano 15 978 o número de jovens desempregados e, num só mês, 5 466.
O aumento do desemprego verificado é mais acentuado na Construção, mas também na Indústria da madeira e da cortiça, do papel impressão e reprodução e na indústria metalúrgica de base e fabricação de outros produtos metálicos, confirmando-se assim o definhamento do sector produtivo.
Para a CGTP-IN são necessárias medidas de fundo que rompam com o modelo económico implementado ao longo das últimas décadas, a sua substituição por um modelo de desenvolvimento ao serviço dos trabalhadores e do povo português, como forma de inverter a realidade actual.
Por outro lado, a necessidade urgente de medidas que amorteçam os efeitos sociais provocados pelo flagelo do desemprego não podem continuar a ser adidas e mitigadas, pelo que o alargamento de prestações sociais a todos os desempregados é uma medida de alcance e justiça social premente.
A CGTP-IN, face aos dados que vêm dando conta da degradação das condições de prestação e acesso ao trabalho em múltiplas vertentes, aos quais se juntam os do IEFP, reafirma a necessidade de uma política que assegure a defesa e promova o emprego de qualidade para todos os cidadãos.
CGTP-IN - 23.10.09
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