Mais de metade dos trabalhadores com vínculo precário em Portugal são jovens, o que corresponde a um total de mais de meio minhão de jovens trabalhadores, apesar destes serem cada vez mais qualificados.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos ao primeiro trimestre deste ano, tratados pelo gabinete de estudos da CGTP, dos 842,9 mil trabalhadores com vínculo não permanente, 511,3 mil têm entre 15 e 34 anos, o que corresponde a 60,7 por cento do total de precários.
A CGTP fez a análise com base nos dados do INE mas estima que o número de trabalhadores precários totalize entre um milhão e 200 mil e um milhão e 400 mil trabalhadores.
Dos trabalhadores em regime de precariedade registados pelo INE, 172,5 mil têm entre 15 e 24 anos e 338,8 mil têm entre 25 e 34 anos.
No total de 3 milhões e 814,3 mil trabalhadores por conta de outrem com vínculo permanente, 300,7 mil têm entre 15 e 24 anos e um milhão e 88,2 mil têm entre 25 e 34 anos.
Mais de metade (57,4 por cento) dos jovens com idade entre os 15 e os 24 anos trabalham em regime de precariedade e 31,1 por cento dos jovens entre os 25 e os 34 estão na mesma situação.
No entanto, os jovens são cada vez mais qualificados: quase metade tem o ensino secundário ou superior.
De acordo com um estudo da Interjovem, desde 1998 a percentagem de jovens com menos de 35 anos que terminou pelo menos o ensino secundário aumentou 60 por cento, o que contribuiu para que atualmente quase metade dos jovens tenham o ensino secundário ou superior como habilitação.
No entanto, cerca de metade dos desempregados são jovens com menos de 35 anos.
A precariedade laboral dos jovens resulta na obtenção de salários mais baixos, ganhando estes cerca de 30 por cento menos que os trabalhadores com vínculo permanente, diz o estudo que caracteriza a situação dos jovens trabalhadores.
A Interjovem, estrutura da CGTP que promove hoje um piquenique contra a precariedade, considera que o desemprego e a precariedade faz com que grande parte dos jovens portugueses não se autonomize das famílias por falta de condições económicas.
De acordo com análise feita por esta estrutura, quase dois terços dos jovens portugueses entre os 18 e os 34 anos vivem em casa dos pais, embora 60 por cento destes trabalhem (metade dos quais com contrato a prazo).
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