Os prejuízos causados pelas investidas dos lobos e os atrasos no pagamento de indemnizações pelos danos causados pelos animais dominaram o debate que decorreu em Duas Igrejas, Miranda do Douro, durante o fim-de-semana.
foto JOANA BOURGARD/ARQUIVO JN |
Indemnizações a pastores tardam em chegar |
No debate, que funcionou também como uma acção de sensibilização em torno dos mitos criados pelas populações em relação aos lobos, os pastores mostraram-se preocupados com o atraso, por parte do Estado, nos pagamentos de indemnizações compensatórias pelos prejuízos causados por ataques de lobos a rebanhos ou manadas de gado.
"Os pastores mostram uma certa animosidade provocada pelos prejuízos causados pelos lobos durante as suas investidas", disse Mónica Almeida, do grupo "O Lobo".
O pagamento das indemnizações pelos danos causados dos pelos ataques de lobos "está atrasado em cerca de seis meses", indicou a representante da associação ALDEIA, Isabel Sá.
"Achamos que o pagamento das indemnizações relativas aos ataques de lobos deveria ser feito de imediato, para não haver sobressaltos nas populações", defende.
Os partidários da associação ALDEIA e do grupo "O Lobo" consideram que falar de temas relacionados com estes predadores "são temáticas quentes", já que o animal "não está bem visto na sociedade".
Por seu lado, o pastor Lázaro de Castro, considera que os lobos só atacam quando têm fome, e por vezes os mitos em torno daquele animal, não passam disso. "Os lobos atacam em silêncio. Os principais aliados dos pastores são os cães de gado. Os lobos têm medo não só dos cães, como dos pastores," garantiu.
Na sua opinião os lobos conhecem o seu território e tanto atacam de dia como de noite. O lobo é um animal que "patrulha" a sua zona.
No entanto, os pastores são unânimes em afirmar que com a introdução de medidas de "protecção" do ambiente, relativas à limpeza de carcaças de animais mortos no campo, os lobos "aproximam-se" cada vez mais das populações.
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