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14/03/2011

CGTP abandona conversações da Concertação Social

A CGTP vai ficar ausente das próximas reuniões da concertação social por considerar que o processo em curso é "vazio e sem sentido", de acordo com o que a central sindical comunicou à ministra do Trabalho.

A central sindical informou o primeiro-ministro da sua decisão, numa comunicação por escrito, e solicitou uma reunião com José Sócrates, com caráter de urgência, para discutir o assunto pessoalmente.

A decisão da CGTP tem como base o anúncio na sexta-feira de novas medidas de austeridade, que não foram previamente discutidas com os parceiros da concertação social.

"Este processo negocial ficou ainda mais vazio e sem sentido depois das medidas que foram divulgadas sexta-feira", disse o secretário-geral da Intersindical aos jornalistas no final de uma curta reunião com a ministra do Trabalho Helena André.

Manuel Carvalho da Silva considerou que as negociações da iniciativa para a Competitividade e o Emprego "são um processo vazio e anacrónico, sem qualquer viabilidade".

A reunião pedida ao primeiro ministro tem como objetivo transmitir-lhe "como se deve construir um processo negocial e de diálogo".

"É preciso que o Governo mude de agulha e haja negociação a sério tal como é preciso que haja uma governação a sério do país", defendeu o sindicalista.

O líder da CGTP escusou-se a falar na possibilidade de eleições antecipadas, mas considerou que a atual forma de governação está esgotada.

"Os portugueses precisam de uma governação voltada para os problemas concretos das pessoas e não de uma governação subjugada a ditames internacionais", disse.

O ministro das Finanças anunciou na sexta-feira o reforço das medidas de consolidação orçamental ainda em 2011, entre as quais o congelamento das pensões e a aplicação de uma "contribuição especial" para as reformas acima de 1.500 euros a partir de 2012, pretendendo atingir uma poupança semelhante à do corte dos salários já em vigor.

As medidas serão na área da saúde, das empresas do Estado, transferências do Estado para outros subsetores, benefícios e contribuições sociais, e despesas e receitas de capital.

http://sic.sapo.pt/online/noticias/dinheiro/CGTP+abandona+conversacoes+da+concertacao+social.htm

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