A taxa de pobreza infantil em Portugal é de 16,6 por cento. Segundo um estudo divulgado pela OCDE, Portugal conta já com uma taxa de pobreza infantil muito superior à média dos 34 países da OCDE 12,7%, a oitava maior taxa do grupo. Apenas Israel, México, Turquia, Polónia, Espanha e Estados Unidos configuram casos mais graves. O modelo financeiro liberal implementado em Portugal e Espanha, à imagem do modelo americano, fica assim associado à pobreza daqueles que não se podem defender.
Dinamarca, Noruega e Finlândia têm as menores taxas de pobreza infantil, com 3,7 por cento, 4,2 por cento e 5,5 por cento, respectivamente.
Ainda, nos países onde o trabalho a tempo parcial não chega para sustentar uma família - sendo os pais "obrigados" a trabalharem a tempo completo - é maior nos países onde a taxa pobreza infantil é elevada: A percentagem de crianças que vivem em famílias em que os dois pais estão empregados é, regra geral, elevada, com destaque para a Eslovénia, Portugal e os Estados Unidos, onde mais de 60 por cento das crianças vivem em famílias cujos pais trabalham a tempo completo.
A ideologia que remete os e as trabalhadores para dias de trabalho mais longos para que a economia cresça e os países se desenvolvam, fica sem base de sustentação perante a evidência. Pelo contrário, é na distribuição da riqueza produzida, no local de trabalho, no salário, na taxação sobre a riqueza, que se combate o flagelo social.
Trabalhar mais horas, com menos salário e menos direitos é um cheque-em-branco para um modelo social que não irá nunca desenvolver nenhum país, qualquer economia, e destruirá a perspectiva de um país sob um modelo social sustentável e de progresso para o bem estar.
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