Em Janeiro, inscreveram-se nos centros de emprego mais de 70 mil trabalhadores desempregados, um aumento de 27,3% em termos homólogos e de 44,7% face a Dezembro. O sector da construção foi o mais penalizado.
De acordo com dados ontem divulgados pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), no final do mês passado estavam inscritos nos centros de emprego do país um total de 447 966 trabalhadores desempregados.
Com base nos dados do Continente, verifica-se que há mais desempregados nos trabalhadores não qualificados dos serviços e comércio: os mais de 55 mil desempregados daquelas áreas de actividade representam 12,8% do total.
Segue-se o pessoal dos serviços, de protecção e de segurança, com um peso de 11,8%, os empregados de escritório (10,9%) e os trabalhadores não qualificados de minas, construção civil e indústria transformadora (9,6%).
De resto, o sector da Construção está a ser particularmente penalizado pelo desemprego. As inscrições de operários desempregados da indústria extractiva e da construção civil são as que registam maior variação (+53,9%), atingindo um total de 29 mil trabalhadores. E, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Norte, pode haver 10 mil trabalhadores desempregados além daqueles números oficiais, sem receber subsídio.
Depois da construção, o maior aumento ocorre ao nível de quadros superiores da administração pública, com uma variação de 29,5%. Neste caso, contudo, o universo ainda é reduzido (123 desempregados).
Os dados do IEFP mostram que nenhuma região do país escapa ao aumento do desemprego. O Algarve e o Centro, com subidas homólogas de 30,8% e 13,9%, respectivamente, são as mais afectadas. A deterioração do mercado de trabalho está a afectar jovens e adultos em medida semelhante, de acordo com os dados do IEFP. No primeiro caso, o aumento do desemprego registado é de 11,9%; nos mais velhos, é de 12,1%.
Todos os níveis de escolaridade registam mais desemprego. A subida é mais expressiva nas habilitações de 2.º e 3.º ciclos do ensino básico (+18,3 e +17,9%, respectivamente). Face à tendência de aumento do desemprego, os gastos do Estado com subsídios de desemprego também aumentam. Dados de Janeiro publicados ontem pela Direcção-Geral do Orçamento mostram que a despesa com aquela prestação social aumentou 8,6% no primeiro mês do ano, face a Janeiro do ano passado, totalizando 142 milhões de euros.
J.N. - 24.02.09
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