Eugénio Rosa, Economista, falou ao CM sobre os efeitos no País da destruição de emprego e da quebra nos apoios
Correio da Manhã – Considera preocupante que em Portugal se destrua 322 empregos por dia?
Eugénio Rosa – O problema maior é que agora, em 2011, a tendência será de maior destruição de emprego. Os portugueses vão sentir as medidas recessivas aprovadas pelo Governo e mesmo as empresas terão dificuldades em manter postos de emprego.
– Porque razão?
– O crédito às empresas, que está complicado em 2011, vai ser muito restrito. Isto estrangula as PME, que podem ter de fechar por falta de financiamento, atirando mais portugueses para o desemprego.
– Mas não acredita que a economia portuguesa possa recuperar e aliviar assim essas condições desfavoráveis?
– Os mercados continuam a desconfiar do País, e a nossa necessidade de endividamento cresce. Vamos pagar mais pelos empréstimos.
– Nem o sector exportador consegue dar a volta?
– Tem havido uma aposta do Governo nas empresas exportadoras, mas há que ter em atenção que elas enfrentam muitas dificuldades. Para além da concorrência do sector exportador de outros países, há ainda o facto de nos nossos parceiros comerciais haver uma quebra no consumo. Compram menos produtos, nacionais ou estrangeiros. Penso que se devia apoiar as empresas que produzem, sim, mas para vender em Portugal, reduzindo os nosso níveis de importação.
– Temos então medidas recessivas, desemprego, conjuntura económica negra. Como será 2011 para os jovens que querem trabalhar?
– Não tenho boas notícias. Não só a geração que quer trabalhar como a que está no limiar da pobreza vão ficar piores. Há menos apoios sociais, e haverá ainda mais desemprego. Infelizmente, a tendência é que a miséria aumente em 2011.
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