À procura de textos e pretextos, e dos seus contextos.

09/06/2009

Shell paga milhões para evitar julgamento sobre morte de escritor nigeriano

A companhia petrolífera anglo-holandesa Shell, acusada de cumplicidade no assassinato de um escritor nigeriano em 1995, aceitou pagar 15,5 milhões de dólares para resolver o litígio na Justiça norte-americana.

"Os queixosos chegaram a acordo no seu litígio com a companhia Shell", declararam os advogados norte-americanos dos queixosos, um grupo de vítimas do antigo governo militar da Nigéria.

Várias audiências preliminares deste processo inédito foram adiadas nas últimas semanas sem qualquer explicação. A Shell é acusada de cumplicidade com o regime militar do presidente Sani Abacha, que detém o poder na Nigéria, no enforcamento do escritor e militante ecologista Ken Saro-Wiwa, num julgamento descrito como uma farsa.

O popular fundador do Movimento para a sobrevivência do povo Ogoni (Mosop), partidário na não-violência, conseguira interromper as actividades da Shell no sul do país e acusava o grupo de poluir o ambiente e justificar a presença dos militares no Delta du Niger, sem para isso partilhar os lucros com a população local.

Os queixosos estavam representados por advogados norte-americanos dos direitos humanos do Centro para os direitos constitucionais.

A companhia petrolífera rejeitava até aqui todas as acusações mas o acordo de segunda-feira evita o embaraço de um julgamento.

Marco Simons, um dos advogados, precisou que uma parte do dinheiro irá para os seus clientes e uma parte para um fundo de apoio ao povo Ogoni, logo que forem pagos os honorários.

A queixa foi entregue por um grupo de vítimas do antigo governo nigeriano, nomeadamente o filho de Saro-Wiwa.

Económico - 09.06.09

Sem comentários:

Related Posts with Thumbnails