Quando confrontado, Manuel Dias Loureiro reconhece que desde que deixou o Governo ganha muito dinheiro. Mas tal como Dias Loureiro (que vê a sua fortuna agora sob investigação pelo caso BPN), Jorge Coelho, António Mexia, Pina Moura, Armando Vara ou Fernando Gomes, também se tornaram gestores de grandes empresas e que passaram a ganhar duas ou três vezes mais do que quando eram ministros.
Dias Loureiro justifica a sua boa saúde financeira com o seu trabalho, mas o próprio também admite que a entrada na Plêiade, empresa de José Roquette para onde entrou como administrador e onde recebeu uma participação de 15 por cento do capital, o fez ganhar mais dinheiro do que em todos os anos de política. Só com o negócio do BPN, Dias Loureiro ganhou 8 milhões de euros, isto seis anos depois de sair do Governo.
Segundo o 24Horas, outro caso de sucesso na vida pós-política é o de Jorge Coelho, antigo ministro de Estado de Guterres, que decidiu enveredar pela carreira de gestor, em Maio do ano passado quando tomou posse como vice-presidente do conselho de administração da Mota-Engil. Enquanto esteve no Governo ganhava 160 mil euros por ano, agora ganha mais de 300 mil.
Armando Vara, na sua passagem pelo Governo de António Guterres, ganhava 100 mil euros por ano, mas foi quando abandonou o seu cargo político que viu a sua vida financeira prosperar. Armando Vara começou a sua carreira profissional como simples empregado de balcão, na Caixa Geral de Depósitos, mas, depois como administrador, o ex-ministro passou a ganhar cerca de 240 mil euros por ano.
Nesta lista não podia faltar o nome do actual presidente do Conselho de Administração da EDP, António Mexia, que, antes de ser ministro ganhava 680 mil euros. No Governo de Santana Lopes, como ministro das Obras Públicas, ganhou 54 mil euros mensais, e agora, segundo o relatório de contas da EDP, em 2008, o ex-ministro ganhou 1 milhão de 256 mil.
De todos os políticos que abdicaram do serviço público em prol de cargos em grandes empresas, Fernando Gomes é daqueles que mais sucesso alcançou. Em dez anos, o antigo presidente da Câmara Municipal do Porto e actual administrador da GALP, passou de 45 mil euros anuais para uma remuneração de mais de 700 mil.
SOL - 08.06.09
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