Os dados divulgados pelo IEFP, confirmam a acentuação do aumento do desemprego registado (mais 36.494 trabalhadores) em relação ao mesmo mês do ano passado. O fim do contrato a prazo mantém-se como o principal motivo para o incremento das fileiras de desempregados (mais de 42% dos novos desempregados) o que demonstra como é errada a intenção de prolongar estes contratos. A verificar-se esta situação prolonga-se a injustiça e aprofundam-se as condições para a continuação da dinâmica desemprego-precaridade-desemprego, um círculo vicioso em que estão mergulhados largas centenas de milhar de trabalhadores, particularmente os mais jovens.
Por outro lado, o anunciado aumento da jornada de trabalho em meia hora diária, caso se concretizasse, iria agravar ainda mais o já de si insustentável número de desempregados. Esta é uma proposta que precisa de ser combatida e derrotada.
Num momento em que aumenta o desemprego e quando mais de metade dos desempregados não auferem subsídio de desemprego, é inadmissível que o Governo pretenda reduzir as condições de atribuição das prestações de desemprego. Menos emprego, mais precariedade e retirada de apoios sociais, é esta a marca do actual Governo.
Com esta realidade de sangria social e desprezo pela generalidade dos portugueses, convivem os colossais benefícios fiscais atribuídos aos grandes grupos económicos e financeiros que, só no Orçamento de Estado para 2012, se situam em mais de 1700 milhões de euros, dos quais mais de 1100 milhões de euros se destinam ao paraíso fiscal da Madeira.
Portugal é o 5º país com a mais elevada taxa de desemprego, dos 34 analisados pela OCDE. Num cenário em que a tendência da taxa de desemprego é de redução, para a generalidade dos países analisados, Portugal destaca-se pela negativa com um aumento do desemprego de 0.6%. Se estes dados forem analisados com os níveis de desigualdade social divulgados pela OCDE, que situam Portugal como o mais desigual de todos os países da Europa, temos uma dimensão dos efeitos desastrosos da política que vem sendo imposta ao país e suas consequências para a generalidade da população.
Perante tudo isto, o Governo do PSD-CDS, pródigo em anunciar sacrifícios para os trabalhadores e lesto a divulgar sucessivos apoios a grupos económicos e financeiros, não tem uma palavra, nem sequer apresenta uma medida concreta para combater este flagelo social que atinge cada vez mais famílias.
Este é mais um exemplo de insensibilidade social de um Governo que teima em governar para os ricos à custa do empobrecimento generalizado da população.
DIF/CGTP-IN
Lisboa, 14.12.2011
Lisboa, 14.12.2011
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