Margarida Peixoto
FMI prevê uma pesada factura para os trabalhadores. Mas avisa que é a única solução para o País se libertar do endividamento.
Salários estagnados e preços mais altos. Este ano, e nos próximos cinco, este vai ser o dia-a-dia dos trabalhadores em Portugal: as famílias vão perder poder de compra, pelo menos, até 2016. O cenário foi traçado pelo FMI e divulgado ontem, num documento que revela os pressupostos assumidos para a economia portuguesa e explica por que razão o País precisou de uma intervenção externa para escapar à bancarrota.
Durante seis anos seguidos, a evolução dos salários será mais baixa do que o aumento dos preços. Este ano será o mais duro, com uma contracção dos salários reais de 4,1%. Mas as perdas serão consecutivas até 2016, mesmo em anos em que a economia estará a crescer em torno dos 2% (ver gráficos). "Houve vários economistas a defender cortes de salários. Se o ajustamento não é feito assim, terá de acontecer ao longo do tempo", explica Luís Aguiar-Conraria, professor na Universidade do Minho.
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