Dois anos depois de ter recorrido a um longo período de lay-off, a Tsuzuky anunciou nova suspensão dos contratos de trabalho, desta vez por quatro meses.
A Comissão Concelhia de Vila do Conde do PCP está solidária com os trabalhadores da têxtil Tsuzuky, novamente confrontados com um período de lay-off, entre 22 de Junho e 22 de Outubro. Já entre finais de 2008 e Março de 2009 os contratos de trabalho estiveram suspensos e dos 187 trabalhadores que estavam ao serviço da empresa nessa altura restam 134, dos quais 127 serão abrangidos pelo lay-off.
Num comunicado de anteontem, a Comissão Concelhia do PCP lembrava que o anterior período de lay-off terminou depois de a empresa ter obtido um empréstimo por parte da Caixa Geral de Depósitos, prevendo mesmo, então, a possibilidade de «admissão de novas pessoas». Mas a realidade foi outra: «apesar das inúmeras promessas feitas de regularizar o pagamento de salários, desde aí nunca a empresa deixou de pagar com atraso e de forma parcelar os vencimentos aos trabalhadores, liquidando na última sexta-feira (1 de Junho) os restantes 25 por cento do salário de Abril em dívida e 75 por cento do salário do mês de Maio. Por pagar continua o subsídio de Natal de 2010, para além de 25 por cento do vencimento do mês de Maio.»
Para trás, salienta o PCP, «voltaram a ficar as promessas de regularização do pagamento de salários, feitas quando do anúncio, já em Fevereiro de 2011, de uma parceria com a Mundifios, empresa que, segundo o assessor da Tsuzuki para a imprensa, António Barros, “comprometeu-se a fornecer à Tsuzuki a matéria-prima, ou seja o algodão, e a escoar-lhe a produção”».
A Comissão Concelhia de Vila do Conde do PCP manifesta ainda a sua preocupação com o evoluir da empresa quando se sabe que este novo lay-off se segue a uma tentativa recente da administração de obter financiamento através da alienação de parte do seu património imobiliário, o que não terá conseguido.
USP apresenta queixa contra IEFP
A União dos Sindicatos do Porto, da CGTP-IN, anunciou anteontem que apresentou uma queixa ao provedor de Justiça contra o «comportamento inadmissível dos responsáveis do Instituto do Emprego e Formação Profissional» por não informarem sobre os desempregados eliminados dos seus ficheiros. Desde Dezembro que a USP/CGTP-IN vem solicitando esta informação ao IEFP, sem que tenha recebido qualquer resposta.
Segundo a estrutura sindical, em Março de 2011 foram eliminados mais 9398 desempregados dos ficheiros dos centros de emprego, a que se somam os 8348 apagados no mês seguinte. Acrescenta a USP/CGTP-IN que entre Outubro de 2010 e Abril deste ano, «no seu conjunto, desapareceram dos ficheiros dos centros de emprego do distrito do Porto, 65 380 desempregados». Somando os desempregados apagados das estatísticas ao número oficial, divulgado pelo IEFP (de 125 939), ter-se-ia uma visão mais aproximada da «situação grave» que se vive no distrito, o que «poderia obrigar a uma maior sensibilização pública para a adopção de medidas para atenuar e esbater este gravíssimo problema laboral e social».
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