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16/06/2011

Há perigo na ex-CPB

É necessário recolher e tratar os resíduos perigosos que ainda permanecem nas instalações da antiga Companhia Petroquímica do Barreiro, avisou o SITE Sul.
«Quem é responsável pelos resíduos perigosos, nas instalações da ex-CPB?» - a interrogação foi destacada no comunicado com que o Sindicatos dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul reagiu ao incêndio que ocorreu na encerrada e abandonada fábrica do Barreiro, no dia 2 de Junho, provocando ferimentos em bombeiros.
O SITE Sul, da Fiequimetal/CGTP-IN, emitiu um comunicado alguns dias depois, lembrando que conhece a situação das instalações e revelando que, depois deste sinistro, contactou responsáveis da Protecção Civil e obteve «alguma informação». Mas esta informação não dá garantias quanto à necessária solução, motivo por que o sindicato insiste na exigência da resolução dos problemas que ainda persistem.
Em concreto, o SITE Sul afirma que «muitas dezenas de recipientes com capacidade de 200 litros», além de outros de menor dimensão, contendo «produtos químicos considerados resíduos perigosos para a saúde e para o ambiente», estão «espalhados e em degradação avançada» nas instalações encerradas da ex-CPB. Na sequência da insolvência, «a irresponsabilidade em relação às condições de segurança e às condições ambientais tem vindo a manter-se», acusa o sindicato.
Foram já removidas, assinala-se no comunicado de dia 9, cerca de 14 toneladas de óxido de propileno», o que aconteceu em Maio de 2010, após o sindicato ter denunciado publicamente a situação. Mas continuam a não ser devidamente acauteladas as condições para a saúde e para o ambiente.
«O mais grave é que ao longo dos tempos as instalações têm vindo a ser roubadas e vandalizadas, antes e depois da decisão do Tribunal do Comércio em relação ao processo de insolvência, e o responsável da empresa, o sr. Hernâni da Silva Ferreira, não tem sido responsabilizado», salienta o SITE Sul. Tal não aconteceu quando da retirada do óxido de propileno, porque estava então o gestor de insolvência à frente da empresa, mas o administrador também não foi responsabilizado posteriormente.
O sindicato contrapõe que, «entretanto, desmontaram e retiraram toneladas de metal (sucata), com valor bastante elevado (diz-se, três milhões de euros)», mas «os trabalhos referentes à defesa das condições de segurança, saúde, ambiente e direitos dos trabalhadores não foram tidos em conta».
«Teria sido importante atribuir responsabilidades», tal como evitar «irregularidades e ausência de transparência», mas «o que se torna necessário é efectuar o trabalho de recolha e tratamento dos resíduos perigosos presentes nas instalações, evitando danos maiores para a saúde e para o ambiente», conclui o SITE Sul.

http://www.avante.pt/pt/1959/trabalhadores/115067/

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