O poder de compra das famílias portuguesas promete ficar seriamente comprometido em 2011 com o efeito conjugado do aumento do IVA , da esperada estagnação salarial ou mesmo redução, no caso dos funcionários públicos, e de uma inflação estimada, pelo Governo, em 2,2%.
A posição relativa dos portugueses no quadro do poder de compra europeu poderá, assim, agravar-se ainda mais, no próximo ano. Portugal é o 10.º país mais pobre no conjunto dos 27 Estados da União Europeia, de acordo com indicadores revelados esta semana pelo Eurostat, referentes a 2009. O PIB per capita português medido em paridades de poder de compra estava em 80% da média comunitária, o que significa que cada português tem um poder aquisitivo 20% inferior a um cidadão da UE.
Na actual conjuntura económica - em que os parceiros sociais ainda nem chegaram a acordo sobre um aumento para o salário minimo -, a tendência de uma grande parte das empresas será a de conceder aumentos salariais apenas ao nível da inflação estimada ou de nem sequer proceder a qualquer actualização. Isso mesmo têm referido algumas associações empresariais e o próprio ministro das Finanças, que disse julgar não haver condições para um aumento significativo dos salários em 2011.
Determinante para a evolução do poder de compra das famílias será o comportamento das taxas de juro, nomeadamente no crédito à habitação. Para já, o Banco Central Europeu afastou novas subidas, mas tudo pode mudar.
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