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20/12/2010

Guimarães - Crise corta médicos na Urgência

O Hospital de Guimarães tem, desde Outubro, menos um médico a fazer noites no serviço de Urgência. A medida foi definida no plano de contenção da despesa do Centro Hospitalar do Alto Ave que prevê poupar dois milhões de euros até 31 de Dezembro.
Reduzir em, pelo menos, 25% o número de profissionais médicos no serviço de Urgência, entre a meia-noite e as oito horas, é uma das propostas do plano, aprovado pelo Conselho de Administração. Além de cortes nos recursos humanos (para reduzir 150 mil euros nos custos), o documento, a que o JN teve acesso, impõe contenção na farmácia (600 mil euros) e nos consumos (1,3 milhões).
Na Urgência de Guimarães, explicou fonte hospitalar, a redução de quatro para três médicos foi implementada em Outubro. "A decisão foi tomada com ponderação", garantiu a administração, e acompanha uma diminuição de 2,4% dos atendimentos na Urgência Geral, que se tem verificado ao longo do ano. Em Outubro, os atendimentos no mesmo serviço recuaram 5%.
Esta decisão foi criticada pelo Bloco de Esquerda numa pergunta dirigida à ministra da Saúde. O deputado João Semedo considera que as "medidas de contenção de custos (...) têm associado um risco elevado de redução da qualidade dos cuidados de saúde prestados". 
 Outra medida do plano que chamou a atenção do BE foi a determinação de que os pedidos de primeira consulta das áreas de Reumatologia, Infecciologia (infecção HIV e hepatite), Cardiologia/Arritmologia (pace-makers e cardiodesfibriladores implantáveis) Gastrenterologia (hepatite e doença inflamatória intestinal) só poderão ser agendados após autorização expressa da direcção clínica.
Ao JN, fonte da administração referiu que esta medida foi inspirada no plano de contenção de custos do Hospital de S. João (Porto) e garantiu que visa apenas reorganizar os serviços e ter uma "melhor percepção da realidade". Por vezes, exemplificou, "doentes com HIV que já cá andaram há alguns anos, aparecem para primeira consulta. Isso tem influência na organização interna e no financiamento do hospital", explicou, garantindo que "não houve nem haverá recusas de primeiras consultas" nem atrasos pela implementação desta decisão. Quanto ao resto do plano, diz a administração que vai bem encaminhado. "A monitorização feita em Outubro leva-nos a acreditar que até ao final do ano estaremos perto dos objectivos". 

http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Braga&Concelho=Guimar%E3es&Option=Interior&content_id=1738957

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