Na greve geral de 24 de Novembro, os sindicatos notaram a adesão de microempresários ao protesto. A crise tem dificultado o negócio e está a diminuir o número dos que sobrevivem. Em Outubro, havia menos 40 mil destes empreendedores do que há um ano.
Não é apenas o número de trabalhadores por conta de outrem que está a cair perante a crise económica. O mesmo se passa com aqueles que tentam ganhar a vida por conta própria. Os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que no final do terceiro trimestre deste ano havia menos 40 mil pessoas a trabalhar por conta própria do que no mês homólogo de 2009. Contas feitas, o total baixou de 867 mil para os actuais 827 mil casos.
A redução atinge também os que entram na categoria de trabalhadores por conta própria como empregadores, sendo que neste caso se assistiu a uma descida da ordem dos 5,7%: em Outubro de 2009, havia 267,7 mil destes empreendedores e em Outubro último contavam-se apenas 252,5 mil.
Empurrados pelo desemprego
A tendência não surpreende os dirigentes sindicais, para quem esta situação se deve duplamente à crise. Ou seja, por causa da difícil conjuntura económica muitas pessoas que trabalhavam por conta de outrem, estão a perder o emprego. Como resposta ao desemprego, avançam com um negócio por conta própria, sendo que este nem sempre tem o sucesso esperado, como atestam os número do INE. "Muitos estão a ver o seu negócio ruir porque não têm capacidade para enfrentar a voracidade do mercado", sublinha ao JN um dirigente sindical, assinalando ainda a frequente falta de formação de muitos destes trabalhadores que decidem avançar sozinhos. "Incentiva-se os desempregados a criarem o seu próprio emprego, mas não se lhes dá a formação necessária", precisa.
E é neste ponto que os números da autoridade estatística nacional, sobre a "situação na profissão" da população empregada, se cruzam com outros, igualmente do INE, que analisam o nível de escolaridade dos trabalhadores portugueses.
E o que revelam estes dados? Que do total de 1079 milhares trabalhadores por conta própria (incluindo aqui os que se estabeleceram como isolados e como empregadores), mais de metade tem apenas o 1.º ciclo do ensino básico ou nenhum grau de instrução. Em Outubro, eram 449,8 mil os que tinham apenas o equivalente à instrução primária e 128,9 mil os que referiam não ter qualquer nível de escolaridade completo. Por comparação com o mês homólogo de 2009, há a registar uma descida. Esta tendência de quebra é comum aos vários graus de ensino, exceptuando entre os que referem ter um curso superior, sendo que aqui há mesmo um saldo positivo homólogo de 600 novos trabalhadores por conta própria.
Ao contrário do que sucede entre os que estão por conta própria, entre os trabalhadores por conta de outrem o número dos que não têm nenhum nível de escolaridade completo é relativamente pequeno: são 69,3 mil num universo global de 3,8 milhões. Mesmo os que têm apenas o 1.º ciclo do ensino básico (711,3 mil) são menos numerosos do que os que possuem o 3.º ciclo (859 mil).
A redução atinge também os que entram na categoria de trabalhadores por conta própria como empregadores, sendo que neste caso se assistiu a uma descida da ordem dos 5,7%: em Outubro de 2009, havia 267,7 mil destes empreendedores e em Outubro último contavam-se apenas 252,5 mil.
Empurrados pelo desemprego
A tendência não surpreende os dirigentes sindicais, para quem esta situação se deve duplamente à crise. Ou seja, por causa da difícil conjuntura económica muitas pessoas que trabalhavam por conta de outrem, estão a perder o emprego. Como resposta ao desemprego, avançam com um negócio por conta própria, sendo que este nem sempre tem o sucesso esperado, como atestam os número do INE. "Muitos estão a ver o seu negócio ruir porque não têm capacidade para enfrentar a voracidade do mercado", sublinha ao JN um dirigente sindical, assinalando ainda a frequente falta de formação de muitos destes trabalhadores que decidem avançar sozinhos. "Incentiva-se os desempregados a criarem o seu próprio emprego, mas não se lhes dá a formação necessária", precisa.
E é neste ponto que os números da autoridade estatística nacional, sobre a "situação na profissão" da população empregada, se cruzam com outros, igualmente do INE, que analisam o nível de escolaridade dos trabalhadores portugueses.
E o que revelam estes dados? Que do total de 1079 milhares trabalhadores por conta própria (incluindo aqui os que se estabeleceram como isolados e como empregadores), mais de metade tem apenas o 1.º ciclo do ensino básico ou nenhum grau de instrução. Em Outubro, eram 449,8 mil os que tinham apenas o equivalente à instrução primária e 128,9 mil os que referiam não ter qualquer nível de escolaridade completo. Por comparação com o mês homólogo de 2009, há a registar uma descida. Esta tendência de quebra é comum aos vários graus de ensino, exceptuando entre os que referem ter um curso superior, sendo que aqui há mesmo um saldo positivo homólogo de 600 novos trabalhadores por conta própria.
Ao contrário do que sucede entre os que estão por conta própria, entre os trabalhadores por conta de outrem o número dos que não têm nenhum nível de escolaridade completo é relativamente pequeno: são 69,3 mil num universo global de 3,8 milhões. Mesmo os que têm apenas o 1.º ciclo do ensino básico (711,3 mil) são menos numerosos do que os que possuem o 3.º ciclo (859 mil).
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