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22/04/2010

Utentes das SCUT prometem endurecer luta contra portagens

Movimentos de contestação são unânimes a garantir a subida de tom nos protestos, depois de surpreendidos, hoje, quinta-feira, com o anúncio de Teixeira dos Santos. Surpreendidos ficaram igualmente os autarcas da região, que receberam hoje convocatórias para uma reunião, a 29 de Abril, em que sabem agora serão confrontados com uma decisão já tomada.

"Vamos reunir com os movimentos das outras SCUT que o Governo quer portajar para, em conjunto, decidirmos novas formas de contestação endurecermos a luta", explicou Jorge Passos, porta-voz do movimento "Naturalmente, não às portagens na A28", ouvido pela Lusa.

Um anúncio que surge depois de, sábado, os utentes das três SCUT onde o Governo já anunciou que iria introduzir portagens (Norte Litoral, Costa de Prata e Grande Porto) terem promovido uma marcha lenta de protesto nas três auto-estradas.

"Este anúncio, poucos dias depois da nossa grande manifestação de protesto, revela não só menosprezo pelas populações, como também uma vontade de coagir os cidadãos a aceitarem de ânimo leve decisões que são, de todo, injustas", acrescentou, argumentando que a A28 "não cumpre nenhum dos três critérios" fixados pelo Governo para introduzir portagens.

A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) acusou o Governo de ter anunciado a introdução de portagens nas SCUT à "revelia" do processo negocial entre as duas partes que decorre.

António Mousinho, presidente da ANTRAM, afirmou ter sido "completamente surpreendido" com o anúncio, que surgiu poucas horas depois de ter estado reunido com elementos do gabinete do secretário de Estado dos Transportes.

"A ANTRAM esteve reunida ao meio-dia com gabinete do Secretário de Estados dos Transportes, onde discutiu vários assuntos, inclusivamente a questão das SCUT, e não nos foi transmitido que essa decisão estava tomada", disse António Mousinho.

"Iremos defender da melhor maneira os interesses dos nossos associados", garantiu.

Já o presidente da Associação de Municípios do Vale do Sousa, Alberto Santos, afirmou estar "desiludido" com o anúncio do ministro da Finanças.

"Consumou-se hoje uma circunstância que não nos parecia correcta, nomeadamente o facto de nos ter sido prometido pelo anterior Governo que iríamos ser ouvidos antes de ser tomada qualquer decisão em relação a esta matéria, o que, como se confirma agora, infelizmente, não aconteceu", disse o autarca social democrata à Lusa.

Entretanto, José Rui Ferreira, representante dos utentes de Vila do Conde/Póvoa de Varzim, diz "não acreditar que o processo se venha mesmo a concretizar".

"Ainda não foram colocados os chips nas matrículas dos automóveis e nem sequer foi estipulado o sistema de cobrança", lembrou.

As comissões prometem "avançar, o mais rápido possível, com outras formas de luta" a definir, até porque, acreditam que "os utentes mostraram, na marcha do dia 17, que estão com uma grande disponibilidade para participarem nestas iniciativas".

“Os utentes não aceitam esta posição do governo", sublinhou.

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1550832

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